Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

O bom filho à casa torna

22/12/2010


Quase onze anos depois de ter sido o protagonista da maior negociação do futebol paranaense e ter se despedido da Baixada, Lucas está de volta à sua casa.

Sob o olhar desconfiado de alguns, a expectativa de outros, este retorno tem despertado os mais diversos sentimentos por parte do torcedor rubro-negro. Unânime mesmo só a gratidão pelos bons momentos proporcionados no passado e a responsabilidade que terá daqui pra frente.

Quanto a mim, só posso dizer que após muita reflexão ainda não me decidi, mas tendencio para uma avaliação positiva.

Os traumas recentes, aquele resquício da dor de não reencontrar um ídolo nas mesmas condições presentes na memória, não me permitem curtir plenamente este retorno. Afinal, Kelly, Alberto e Alex Mineiro, nos demonstraram que nenhum jogador se sustenta em campo somente com sua história, vontade e sua aura mitológica.

Ao mesmo tempo, tenho a impressão de que o quadro do Lucas é completamente distinto desses ídolos que não puderam corresponder no retorno. Vejamos: Lucas não é tão velho, joga numa posição onde o talento pode sobrepor “aos anos”, encontrava-se em plena atividade no futebol japonês - que é uma baita correria -, não está com a intenção de pendurar as chuteiras, não vem de uma seqüência de lesões e está louco para incendiar o Caldeirão!

Além disso, está com um discurso afinadíssimo, demonstrando que a sua intenção é acrescentar mais um capítulo importante à sua biografia e à história do Atlético.

O medo de uma frustração existe, mas a certeza de que a imagem vencedora e lendária do Lucas sempre permanecerá na mente do torcedor, incentiva a esperança e a vontade de recebê-lo com os braços abertos, como a um filho que retorna ao seu lar depois de uma longa viagem.

Seja bem-vindo, Lucas!


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