Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Faltou algo

01/12/2010


O campeonato ainda não acabou e este time tem a obrigação moral de vencer o Avaí em respeito e retribuição ao seu torcedor. Entretanto já podemos ir atrás do reconhecimento de nossos próprios erros e dos porquês da frustração em chegar a sentir o gostinho de se aproximar da Libertadores novamente e ver a oportunidade indo embora entre nossos dedos.

Sim porque há duas rodadas éramos o único clube que dependia somente de si para terminar na quarta colocação, mas uma partida abaixo da média no confronto direto com o Grêmio e um jogo em que fracassamos diante do Ceará fora de casa nos relegaram a um plano inferior na classificação, mas ainda digno e com uma das cinco melhores campanhas de nossa história.

Sendo objetivo, poderíamos ter mais uns quatro ou cinco pontos e se cada ponto colocado aqui valesse na classificação o mesmo um ponto, teríamos o suficiente para continuarmos lutando até o final.

PONTO 1

Faltou um camisa 9. Acho que este é o ponto pacífico de todo torcedor atleticano ou analista de futebol. Tivéssemos Bruno Mineiro como queríamos e como ele chegou a mostrar ser ou Nieto sendo aquilo que imaginávamos mas que na verdade nunca vimos efetivamente as coisas seriam diferentes. Bem diferentes.

Os gols perdidos por aquele contra o Vitória lá, e especialmente a cabeçada sozinho dentro da pequena área aos 48´ do segundo contra o Vasco e perdida por este fariam toda a diferença nesse momento. Se tivessem a mesma competência de nossa defesa, teríamos alguns pontinhos a mais e ainda vivos na competição.

PONTO 2

Faltou elenco. Tivemos partidas decisivas nas últimas semanas e nos vimos obrigados a recorrer a velhas receitas, a requentar prato que já não dá mais caldo como Netinho ou Marcelo. Ou apelamos para a mandinga e mais na aposta que na certeza querer que Clayton ou o folclórico Ivan Gonzáles viessem a resolver.

Todos os anos em que fomos bem tínhamos ao menos uns dois ou três reservas que não deixavam a peteca cair, quer fossem Adauto, Ilan ou Geraldo ou fossem os polivalentes Raulen e Pingo que se não eram craques não deixavam o nível geral do time cair tanto.

PONTO 3

Faltou tesão. Como escrevi semana passada, para um time que necessitava encarar como uma final fomos muito frios diante do Grêmio. E como ainda tínhamos esperança e sabendo do resultado dos adversários diretos no último domingo, éramos obrigados e sermos mais ofensivos diante do bom Ceará.

Faltou um pouco mais de pegada, assim como faltou nas duas partidas diante do fraco Guarani que nos tirou 5 pontos dos 6 disputados e que acabaram fazendo falta neste final de certame. Em campeonato de pontos corridos, ter tesão na segunda, oitava ou na vigésima primeira rodada e vencer valem os mesmos 3 pontos da rodada derradeira.

PONTO 4

Faltou planejamento. Começamos o ano com a mesma lorota de que “a base é boa”. Como afirmar isso (de novo) se escapamos não mais do que por 3 pontos da degola ano passado, só não sendo mais dramático que em 2008 quando foram somente 2 pontos que nos separaram do rebaixamento?

Ademais não ter sequer ganho uma mísera partida do rival da segundona, vê-los serem campeões estaduais antecipadamente, sermos eliminados em casa contra um medíocre Palmeiras não eram sintomas claros da fragilidade daquele elenco que começou o nacional?

Tivéssemos feito 7 ou 8 pontos ao invés de 4 nas primeiras cinco rodadas, quem sabe as coisas não estariam melhor encaminhadas hoje....

PONTO 5

Faltou respeito. Erros de arbitragens todos tiveram a seu favor e contra si. Mas nosso caso se torna emblemático por dois motivos.

Primeiro porque tivemos marcados contra nós erros acintosos. Os pênaltis nas partidas diante do Corinthians, turno e returno, o não dado contra o Flu e a desastrosa atuação do árbitro na nossa única derrota em casa para o Cruzeiro foram tão indiscutíveis quanto o erro no penal dado ao Grêmio e no excessivo rigor com os cartões para conosco.

E depois, reparem a coincidência. Erraram clamorosamente contra o Atlético nas partidas diante do Fluminense (líder), Corinthians (vice líder), Cruzeiro (3º colocado) e Grêmio (que nos roubou, literalmente, a 4ª posição).

Tirem esses pontinhos deles e coloquem para gente e vejam onde poderíamos estar....coincidência?

ARREMATE

“E disse que eu não posso ir embora/
Pra gente brincar, de amor”
. Coração de Malandro – MARTINHO DA VILA & JAIR RODRIGUES.


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