Ana Flávia Weidman

Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!

 

 

Eterna insatisfeita

30/11/2010


Estou chateada. E não adianta vir me consolar dizendo que, ao menos neste ano, não lutamos para fugir do rebaixamento. Há tempos que não tolero mais essa mediocridade. Eu sabia que a vaga para a Libertadores era coisa complicada de se alcançar, mas eu acreditava, ah como eu acreditava. No entanto, quando nossa esperança foi depositada em Netinho e Marcelo, eu sabia que o sonho estava por um fio. Não digo que o grupo não lutou ou não estava compromissado. Mas a verdade é que quando o Atlético mais precisou, o elenco mostrou-se frágil e limitado, especialmente na parte ofensiva. É só olhar para os primeiros colocados e veremos que somos a única equipe com saldo de gols negativo.

A partida burra que fizemos contra o Ceará foi me entristecendo a cada minuto que passava. Mesmo com um homem a mais em campo não jogamos em velocidade nem fizemos inversões de bola, além de perder todos os rebotes na entrada da área. Também não tentamos o drible e abusamos das jogadas pelo meio e dos cruzamentos para a área. E a insistência em alçar bolas na área quando se tem um ataque bastante alto, como é o caso de Bruno Mineiro e Maikon Leite, é imperdoável.

Foi como se o fenômeno da TPM tivesse tomado conta de mim, mesmo fora de época. Não esperava ficar tão abatida e tão indignada com a perda da vaga. Ainda não compreendi se todo esse meu transtorno ocorreu pela forma como jogamos contra o Ceará ou porque há tempos eu não sonhava com algo realmente digno da grandeza do Atlético. Só sei dizer que o tombo foi grande.

Desde domingo que me pergunto se uma quinta colocação no Brasileiro salvaria o ano. Não conquistamos o Paranaense e fomos eliminados precocemente da Copa do Brasil. Mas também estamos prestes a fazer a quarta melhor campanha da história do Furacão no campeonato nacional. A essa altura, aposto que já tem leitor dizendo que mulher está sempre insatisfeita, que para nós nunca nada está bom. Não é verdade. Acontece que nós, mulheres, sabemos muito bem o que é lidar com a pressão e com a cobrança. Temos que estudar, trabalhar, usar vestidos e sapatos de salto, além de estarmos sempre maquiadas e com as unhas feitas. E o problema é seu se você não consegue lavar a louça com aquelas luvas de borracha. O esmalte vai lascar e é bom que você tenha os vidrinhos das suas cores preferidas em casa para dar aquele retoque. Ah, e se vire para encontrar tempo para cozinhar, correr no Barigui e brincar com as crianças no tapete da sala. E pelo amor de Deus, não vá dormir com o seu pijamão preferido. Já vira motivo para o marido dar aquela conferida na vizinha.

É por essas e outras que não acho digno invocar o Princípio do Tadinho em favor daquela marmanjada que vive no CT do Caju Veja, eu reconheço o esforço, a boa campanha e a superação do elenco rubro-negro, mas a cobrança por resultados tem que existir sempre. Creio que só assim, com o inconformismo, é que poderemos melhorar ano após ano. Se acharmos que já está bom, perdemos a capacidade de evoluir. Se nossos jogadores merecem aplausos ao final do jogo contra o Avaí, merecem também saber que esperamos muito mais deles.

2011 tem tudo para ser promissor! Participaremos de 4 competições e espero que, dessa vez, comecemos a jogar bola já em janeiro!


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