Paulo Perussolo

Paulo Roberto Perussolo, 36 anos, é estudante de Direito. Seguindo a tradição da família, acompanha o Furacão desde a infância, tornando-se cada vez mais fanático. Considera o Atlético mais do que um clube de futebol, um dos grandes amores de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2010 e 2011.

 

 

Ficou no quase

29/11/2010


Lamentar a não-classificação para a Libertadores ou comemorar a evolução do futebol atleticano, prestes a fazer a quarta melhor campanha da história do clube? Uma situação não elimina a outra. Não há como não lamentar a não-classificação ao torneio internacional que esteve tão próxima de se tornar real, mas não podemos ignorar a brilhante campanha atleticana, que após anos de martírio e luta contra o rebaixamento orgulhou os rubro-negros.

O jogo contra o Ceará em Fortaleza era parada dura e o Atlético não dependia apenas de si, os torcedores passaram os 90 minutos com “um olho no peixe e outro no gato”, acompanhando o andamento da partida entre Guarani e Grêmio, excepcionalmente torcendo por um time verde. No final das contas nem o Furacão fez o seu papel, nem o bugre foi capaz de deter o Grêmio, mesmo ciente de que estaria rebaixado com uma derrota.

O Atlético fez um bom primeiro tempo, Soares colocou a equipe pra frente, com três atacantes e sem nada a perder. Foram criadas várias chances de gol, sempre desperdiçadas por Bruno Mineiro, que não consegue se livrar da má fase, Maikon Leite, que já estava com a cabeça em Santos. De todo modo o volume de jogadas de ataque empolgava a torcida, Guerrón fazia boa partida servindo os demais atacantes, e a equipe parecia não sentir tanta falta de Baier, mesmo com a partida displicente de Branquinho (mais uma).

Rafael Santos, o zagueiro artilheiro, aproveitou uma cobrança de falta para cabecear com perfeição e deixar o Furacão na frente. Era tudo que o time precisava para ganhar ainda mais segurança e voltar para o segundo tempo com a mesma garra, até que no finalzinho do primeiro tempo Magno Alves chutou cruzado, Manoel se atrapalhou e marcou contra: 1X1 e o nervosismo tomou conta dos jogadores.

Início da segunda etapa e o Ceará tem um jogador expulso. Parecia que a missão ficaria mais fácil, parecia. A equipe atleticana caiu assustadoramente de produção, parou de criar oportunidades de ataque, Maikon Leite e Branquinho se já estavam sumidos, trataram de se esconder em algum lugar do gramado onde ninguém podia encontrá-los. Soares mexeu mal na equipe, colocou Netinho, de saída do clube por insuficiência técnica, em detrimento do esforçado González, e na sequência Marcelo no lugar de Diniz e Claiton no lugar de Deivid.

Nada funcionou, o Atlético praticamente não criou chances reais de gol a não ser por um chute de fora da área de Guerrón, e deu adeus às chances de classificação para a Libertadores. Impossível não ficar triste por ter visto a vaga tão perto, tão ao alcance de nossas mãos ficar no quase, mas feliz por termos brigado até o fim, por finalmente deixarmos no passado lutas contra o rebaixamento e agora sim focar em vôos mais altos.

Que os erros que foram cometidos pela diretoria sirvam de lição para um 2011 vencedor. Que o planejamento seja feito com muita antecedência, como tem demonstrado nossos dirigentes, que a equipe seja montada para janeiro, e não para agosto. Que venham apostas, já que as apostas de hoje serão a realidade de amanhã, mas que venham também jogadores de qualidade comprovada, o resultado desse tipo de contratação está aí, aos olhos de quem quiser ver, na classificação do Campeonato Brasileiro.


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