Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Tesão

23/11/2010


Eu tinha tesão de ver tudo quanto é jogo pela tv. Quando começaram as transmissões da Bandeirantes do italiano do final dos 80´ logo me vi fanático pelo Milan e passei a acompanhar também o futebol estrangeiro. Hoje mal consigo ver um jogo inteiro do Atlético. O futebol se tornou algo meio chato.

No Brasil inventaram a proibição de bebida nos estádios, inventaram um tal estatuto que proíbe até xingamentos e daqui a pouco vão proibir que se levante para comemorar o gol! Ao invés de irem direto ao problema atacam o que vem ao redor.

Ver que a arbitragem brasileira cada vez mais influencia não só os resultados dos jogos como o andamento do campeonato me tira o tesão de ver futebol. Até algum tempo atrás não perderia na tv um bom Flamengo X São Paulo, ou veria com atenção o Internacional enfrentando um Palmeiras, em especial se um deles fosse nosso próximo adversário. Hoje com o futebol cada vez mais profissional e elevado a cifras milionárias, vemos decisões importantes e determinantes sendo tomadas por amadores que são os homens do apito. Uma contradição e tanto!

Sendo bem objetivo, tivemos roubados mais ou menos 5 ou 8 pontos neste campeonato, situação suficiente para nos alçar à condição de pelo menos estarmos entre os 3 primeiros a ainda com alguma esperança de título. Erros contra si absolutamente TODOS os times tiveram porém nos momentos decisivos os erros nunca acontecem contra os tradicionais, aqueles que a imprensa imputa como “grandes” quando alguns deles tem somente um passado já remoto de glórias e em especial se estiverem no eixo Rio-São Paulo. Não discuto se foi ou não pênalti esta ou aquela marcação, apenas questiono se o lance fosse a favor do Vitória, Atlético, Avaí, Goiás ou do Ceará se os árbitros apitariam sem vacilar como fazem quando atletas de Corinthians, Fluminense ou mesmo do Grêmio fingem ao entrar na área.

Perdi um pouco mais do tesão pelo futebol sábado ao ficar claro para mim que em campo são 11 fantoches que vestem camisas diferentes e que são manobrados por cartolas e burocratas da bola que decidem os resultados na véspera, com jantares regados a um bom vinho sofisticado. Não há paixão que resista a tanta sacanagem.

Tesão II

Assim como comentou o amigo Ricardo Campelo em seu brilhante texto da última segunda-feira dia 22 que se por um lado é indissociável a influência negativa da arbitragem não só no lance fatal do pênalti como na absurda falta de critério na distribuição dos cartões, intimidando nossa equipe em campo, o time não jogou o suficiente para merecer vencer o Grêmio.

Um empate não seria grande coisa, mas caberia melhor ao Atlético que se mostrou muito tímido, sem tesão de vencer e assustado no começo do jogo. Ademais, Rhodolfo teve uma péssima atuação (ainda está no crédito, sem dúvidas), levando um drible desconcertante de um beque no primeiro gol e sendo no mínimo imprudente ao dar um carrinho daqueles na grande área quando já era visível a má vontade do árbitro para com o rubro-negro. Além dele Branquinho mais uma vez se omitiu da partida, Diniz tornou nossa defesa pelo lado direito uma avenida e Nieto não entrou em campo.

Ou seja, muitos “desfalques” para um jogo decisivo em que o Grêmio jogou com caráter de decisão e o Atlético se mostrou sem tesão, opaco e pouco vibrante. Só reclamar do árbitro é varrer para debaixo do tapete a análise de uma atuação fraca em um jogo importante com o adversário cheio de desfalques. Não sei o que esperar diante do Ceará fora de casa.

ARREMATE

“Criança é vida/
E a gente não se cansa/
De ser pra sempre uma criança”
. Criança é Vida – TOQUINHO. Em homenagem a meu sobrinho/afilhado Noah que recém completou seu 2º ano de vida. Ele já viu o coxa cair uma vez, quantas verá até completar 18?


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