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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Quando a gente começa um texto com “no meu tempo” é mais do que sinal de que o tempo chegou. Mas vamos lá, no meu tempo camisa 10 era O CARA. Assim como o 1 era a Salvação, o 3 o Xerife, o 5 a Alma, o 7 o Driblador e o 9 o Matador, o 10 era o Craque. O primeiro 10 que me lembro de ter visto brilhando no Atlético foi Nivaldo. Era um 10 clássico, peito estufado, cabeça erguida, lançamentos milimétricos, belas cobranças de falta e escanteios. Enfim, demonstrava todas as virtudes inerentes aos grandes camisas 10 da época, Roberto Dinamite, Pita, Assis já no Fluminense e o maior de todos, Zico. Uma pena que não demonstrou a mesma destreza que tinha com os pés quando empunhou microfones como comentarista. Mas os belos lances de Nivaldo com a 10 rubro-negra serão eternos na minha memória.
Vi outros 10, alguns com perfil mais guerreiro como o pequeno André, outros técnicos como Marquinhos Benato, alguns folclóricos como João Carlos Cavalo e uns tipicamente camisa 10 como João Antonio, maestro de nossa ascensão em 1995. E vi também mudanças que ocorreram com a 10, tendo na Seleção um opaco Silas na Copa de 90 e um atleta que ficou no banco como Raí em 94.
Mudanças que resultaram num fato inesperado, pois em nossa maior conquista o 10 era um volante com qualidade para sair pro jogo. O polivalente Kleberson representava aquilo que começamos a chamar de “jogador moderno” por ser ambidestro, ter bom domínio, ampla visão e além de tudo um grande e implacável marcador. Não era e nunca foi craque, mas sua regularidade e participação efetiva durante toda a partida são a antítese do que fora o nosso último grande camisa 10 até esses dias, o notável Jádson.
Se Kleberson se destacava pelo fôlego de gato e efetiva participação nas partidas, o nome de Jadson ficava sem ser pronunciado pelo narrador por mais de 2/3 da partida de vez em quando. Mas quando pegava na pelota.....
Jadson criava, inventava, jogava como queria, fazia o improvável. Se por um lado seu preparo físico deixava a desejar, ele buscava compensar com uma técnica apurada, dribles certeiros e uma bola parada mortal. Sua genialidade me fez lembrar de outro grande 10, cabeça do quadrado mágico do final dos 90 e início deste século, o inteligente e habilidoso Kelly.
Hoje temos Paulo Baier 10. O maestro que rege a jovem orquestra atleticana. O sujeito que de maneira carismática encarna a mística rubro-negra de não desistir nunca, ser cerebral quando preciso, ser coração quando este o chama, ser aquilo que se precisa ser na hora em que é chamado. Paulo não foge da responsabilidade e mata no peito tanto a bola que insiste em lhe procurar como a liderança que lhe é imputada não só pela experiência e vivência que tem no mundo da bola, mas por qualidades que são inerentes ao seu ser.
Se hoje ao menos sonhamos, se hoje vemos atletas jovens tendo um bom comando e exemplo dentro de campo, se hoje mostramos que o Furacão está aí novamente nas cabeças, competindo de igual para igual com equipes com orçamentos muitas vezes maior que o nosso muito se deve ao futebol, carisma e liderança do capitão Paulo Baier.
Ao nosso maestro meus sinceros respeitos. Não existem muito mais palavras para demonstrar meu carinho e gratidão. Obrigado Paulo Baier, fique por aqui até a hora que quiser.
COINCIDÊNCIA?
Voltaram os pênaltis pra lá de duvidosos e com eles a liderança do Corinthians. A torcida (e ajuda) para que ganhem algo no ano do centenário é vexatória. O próprio Atlético foi vítima disso, com dois pênaltis absurdos assinalados a favor dos paulistas nos confrontos entre as equipes.
Uma vergonha!
ARREMATE
“Fez toda a turma/
Ficar muito admirada/
Porque sou bom elemento” . Bom Elemento – NOEL ROSA.
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