Ana Flávia Weidman

Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!

 

 

Mais vivos do que nunca

16/11/2010


Muito se poderia falar sobre a partida de domingo contra o já rebaixado Grêmio Prudente. Eu prefiro ficar com a melhor de todas: estamos mais vivos do que nunca!

Eu já tinha comentado com alguns amigos durante a semana que o jogo contra o lanterna seria cascudo. Eu só não imaginava que seria tão cascudo assim. De vez em quando eu tenho uns sentimentos ruins durante os jogos do Atlético, como se eu pressentisse que vamos perder ou tomar um gol. E não é que esse meu dom sobrenatural de prever bobajada me veio à cabeça quando perdemos aquele gol feito com Bruno Mineiro, ainda no primeiro tempo? Olhei para o meu irmão e disse: isso não é bom sinal... Meu brother, que é um cara otimista por natureza, me disse para sossegar que o jogo era nosso.

Mas eu não sosseguei.

Fui assistir ao segundo tempo lá na Getúlio Inferior, pertinho de tudo. Sentei, levantei, sentei levantei, bati os joelhos e os pés, esfreguei as mãos, ergui os braços aos céus, dei pulinhos e pedi muito a Deus que nos desse um golzinho. E então, depois de tudo isso, fraquejei. Como se eu tivesse esquecido onde estava ou da força da camisa que vestia, quase chorei quando Paulo, o Baier, mandou por cima do travessão o que seria o nosso gol redentor. Não ele, não Baier. De outros jogadores a gente até não espera muita coisa, mas em Baier depositamos toda a nossa expectativa. Quando é que cairia outra bola daquelas no pé do Maestro? Pensei que aquele não era o nosso dia e que o sonho da Libertadores tinha acabado ali, com Baier ajoelhado em campo. Olhei para o meu irmão como que buscando conforto e até ele, o senhor “vai dar tudo certo”, não sabia o que falar.

E deve ter sido por minha causa, pela minha incredulidade e falta de fé, que o destino caprichosamente colocou outra bola, agora não mais no pé, mas na cabeça certeira do nosso capitão. Era uma nova oportunidade e essa ele não deixaria passar. E, de fato, não deixou. Quem veste a 10 e coloca aquela braçadeira não perde dois gols feitos numa mesma partida. Eu que já estava com o peito doendo, por conta do sofrimento do meu coração, tive uma descarga de adrenalina tal no organismo, que não me lembro de ter abraçado tanta gente amiga-desconhecida numa mesma oportunidade!

Esse time do Atlético, como há tempos não se via, sabe vender bem uma coisa chamada esperança. E não confundam com ilusão, é esperança da melhor qualidade. Todos nós sabemos que a vaga para a Libertadores não é fácil. Mais por conta da Sulamericana, onde não podemos fazer nada a não ser secar, do que pelo G4 que só depende das nossas forças. Mas quem é que está pensando nisso agora? Estamos todos concentrados em ganhar o próximo jogo. Para então, pensar no próximo confronto, um passo de cada vez, com raça, com vibração e sangue nos olhos.

E o mais importante, sem esquecer um minuto sequer da grandeza do nosso Atlético e da história dessa camisa que só vestimos por amor. Que esse time seja carregado nos ombros por Baier e pela gigantesca nação rubro-negra! 2011, quiçá, será ano de El Paranaense!


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