Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Realidade – Parte II

05/11/2010


Não gostei do jogo contra o Palmeiras. Ruim, de doer. Pouca criação, pouca inspiração, poucas emoções. Pra falar a verdade, emoção mesmo só a emoção do gol. No mais vi um bate rebate danado, com a bola queimando nos pés de Bruno Mineiro, Netinho totalmente perdido em campo e Chico errando muito, coisa que há tempos não acontecia.

De positivo, a boa movimentação de Wagner Diniz, correndo muito, avançando, marcando e se esforçando demais. Também destaco o bom rendimento de Paulinho, que se não é um grande lateral, vem evoluindo e suprindo as necessidades da ala esquerda, finalmente apagando um pouco as saudades de Azevedo.

Boa também a marcação do volante Vitor, mas só a marcação, pois deixa muito a desejar na qualidade do passe. Zaga bem postada, suficiente para anular os poucos ataques do fraco time da dupla Danilo e Felipão.

Não fosse o gol do argentino Nieto e não fossem os três pontos conquistados em um momento importante do campeonato, a noite seria triste, decepcionante. O fracasso do empate seria, sem dúvida alguma, jogado todo sobre a arbitragem. Aliás, achei também que a arbitragem foi ruim, mas longe de ter alguma influência ou prejudicar um ou outro time. Já vimos árbitros bem piores por aqui, mal intencionados e com o claro objetivo de prejudicar o Atlético, coisa que não percebi no jogo contra o Palmeiras. Aliás, volto a dizer, Sérgio Soares precisa se voltar mais ao quadro técnico e tático do que às lamentações de arbitragem. Tá ficando chato.

Enfim, meu resumo do jogo foi um Atlético que perdeu o meio campo, atacou mais pelas alas, mas procurou mais o resultado. E resultado é o que vale, é o que interessa, e o gol no final do jogo veio coroar o time que mais mereceu a vitória.

Mas algo ficou muito claro e volto a falar sobre isso: precisamos começar a pensar no próximo ano, pois estamos claramente sem esquema tático e dependendo única e exclusivamente das criações de Paulo Baier (já que temos a ausência de Branquinho), o que tem forçado o jogo pelas laterais do campo. O trabalho do técnico está sendo apenas realizar as substituições, mas em momento algum o esquema dentro de campo apresenta modificações ou sinais de evolução. Pelo contrário.

O ano de 2010 está no fim, o que vier é lucro, mas 2011 está aí, batendo na porta. É preciso que comece a ser redesenhado o planejamento do time, com prioridade para o comando técnico e para o nosso ataque.


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