Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

Fogueira das vaidades

27/10/2010


Continuo possessa com a arbitragem do Sr. Seneme e aumentei ainda mais a minha ira revendo o quanto esse bandido já prejudicou o nosso Furacão.

No entanto, estou convicta de que alimentar esse tipo de sentimento é a mesma coisa que render-se à máfia da qual ele pertence e renunciar à nossa paixão. E, é óbvio que não será a roubalheira desgraçada e um empate amargo com o insuportável Fluminense que nos privará do sonho de curtir novamente uma Libertadores.

Ocorre que para manter essa chama acesa e finalmente tornar o sonho realidade é preciso que deixemos de lado alguns vícios, dentre eles, a vaidade.

Não falo daquela vaidade que nós faz comprar a nova camisa do Furacão para acompanhá-lo na maior elegância, me refiro àquela presunção de torcedor que enche a boca para tecer críticas desabalizadas e o prazer de “ter razão”.

É impressionante, mas tem uns doidos por aí que torcem para um jogador não vingar, só pra soltar aquele: - Eu não disse? E deste modo o herói vira bandido, nasce mais um comentarista de resultado e lá se vai outro jogador queimado arrebentar em outro Clube.

Mas também não posso deixar de mencionar a vaidade do jogador que entra em campo e joga para si, que mantém uma postura desagregadora, esquecendo que pertence a um grupo e, acima de tudo, representa uma instituição.

É uma questão pura e simples de profissionalismo, afinal não é preciso alardear o quanto a presença numa Libertadores pode ser benéfica e representar um salto inenarrável na carreira de todos eles. Visibilidade, dinheiro e prestígio, virão naturalmente desde que se deixe de lado a vaidade e, principalmente, que seja jogado o bom e velho futebol.

Poxa, é hora de deixar de lado as chuteiras cor-de-rosa, calças as sandálias da humildade, desinflar o ego e, finalmente, VESTIR o manto rubro-negro com amor.

Assim como também é chegado o momento de manter a mobilização e filtar as críticas.

Se for pra incinerar publicamente alguma coisa, que seja essa vaidade desmedida! Porque aquilo que a vaidade nega e destrói, a humildade reafirma e consolida.


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.