Sérgio Tavares Filho

Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa família 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.

 

 

Sentimento verdadeiro

06/01/2002


Só quem se apaixona sabe o real significado da palavra amor. Os valores da vida mudam por completo e a alma fica mais limpa. Quem nunca se apaixonou na vida um dia deveria fazer. Nem que fosse por cinco minutos, cinco dias, cinco anos ou eternamente, que é o tempo mais gostoso da paixão.

Falar de amor é fácil. Bastam duas palavras no ouvido e alguns agrados. Alimentar o amor é que é difícil. E ninguém sabe como foi difícil alimentar o amor pelo Atlético. Não foi pra qualquer... tinha que ter dom. Para saber dominar as cores vermelha e preta era preciso ter muita coragem. Coragem para sair nas ruas e ser confundido com flamenguista. Coragem para ser o Marolla nas brincadeiras do gol a gol. Era preciso ter coragem para gritar, no jogo de botão, “gol de Agnaldo”.

O atleticano cansou de ser execrado. Ninguém o queria nas rodas. “Volte a falar comigo quando tiver uma estrelinha no peito”. E assim as coisas andavam na infância, mas nunca deixei de amar o Atlético. Sabia (será que sabia mesmo?) que um dia tudo iria mudar. Não podia viver mais de chacota, tinha que ser reconhecido.

Meus subsídios já estavam escassos, podia dizer que o clube já tinha um sentimento paralelo ao meu amor: o sofrimento. Era o caso de paixão verdadeira: amor e sofrer. “Quem ama chora, chora quem ama, quem diz que não ama, não sonha em vão”, já cantaria o famoso sambista. Eu também nunca deixei de sonhar.

E agora o Atlético está aí. Cada vez mais apaixonante, tal qual a mulher amada. É muito bom viver assim.


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