Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Isonomia

26/10/2010


Palavra da moda, em especial entre os coxas que depois de tanto lutarem para tirar a Copa de Curitiba, com campanhas infantis como “Copa em Floripa, eu vou!” ou uma pressão boba sobre a classe política estadual, unindo-se com gente que apoiava a indicação do famigerado Pinheirão somente com o intuito de tirar a sede curitibana do Joaquim Américo, agora querem as benesses que o evento trás consigo. No mínimo é irônico.

Primeiro porque já foi dito, escrito e falado dezenas de vezes, mas não custa repetir: a Copa é da cidade de Curitiba, do Estado do Paraná e não do Atlético. Por sinal num primeiro momento o grande “prejudicado” será o Furacão, com perda de receitas, tendo que sair de casa (um grande trunfo do clube) e com possível queda do número de sócios, ainda que a torcida que NUNCA abandona mesmo ser a nossa. O que nos reserva o futuro é fruto daquilo que plantamos, desde a revolução liderada por Mário Celso Petraglia em meados da década passada.

Ou seja, as críticas, discussões e problemas apontados agora são fruto da privilegiada visão do ex-Presidente atleticano há década e meia. E vamos e venhamos, desde a Grécia antiga já se pregava esse pensamento de que isonomia, pura, simples e irrestrita é uma abstração, vide o que nos ensina Aristóteles, o terceiro dos clássicos: "A igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais".

O que fizeram os outros clubes da capital enquanto o Atlético preparava o mais moderno estádio do Brasil para oferecer à FIFA para a disputa do Mundial? O que construíram os outros clubes enquanto o Atlético preparou o melhor e mais bem equipado centro de treinamentos do Brasil, apto a receber qualquer seleção de ponta para o Mundial? Além de chuparem o dedo, pararem no tempo, fizeram campanha contra, não percebendo que o fomento da economia local somente com o turismo vai alavancar as finanças do Estado. Isso sem contar as inúmeras obras de infraestrutura, logística, reforma do aeroporto, vias expressas e com tudo isso a criação de empregos e a geração de mais impostos que Oxalá, se reverterão em benefício para toda a população.

Ser justo e não tratar todos como iguais é também pensamento Bíblico. Em Jó (34.11) temos que “Porque, segundo a obra do homem, ele lhe paga; e faz a cada um segundo o seu caminho.” . Não é difícil perceber que desde que o mundo é mundo, o homem tem aquilo que merece, tanto para o bem quanto para o mal.

Ser contra só por ser e quando inevitavelmente ver-se contrariado e mudar o discurso é covardia. Que os vereadores que votarão a partir de hoje o projeto do potencial construtivo, bem como os deputados estaduais que logo depois colocarão em pauta o aval do Fundo de Desenvolvimento Urbano para as obras pensem com a cabeça, vejam o que é melhor para o Estado do Paraná e não se deixem levar pela tola e cega paixão do torcedor.

Pensem um pouco, não faz mal, não é cobrado e ajuda a entender a vida. Não custa ao menos tentar!

Arremate

Literalmente para acabar, parte final de Apocalipse (20.12) , mais um indicativo de que cada um tem conforme suas obras. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.


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