Paulo Perussolo

Paulo Roberto Perussolo, 36 anos, é estudante de Direito. Seguindo a tradição da família, acompanha o Furacão desde a infância, tornando-se cada vez mais fanático. Considera o Atlético mais do que um clube de futebol, um dos grandes amores de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2010 e 2011.

 

 

Assalto

25/10/2010


O Atlético foi roubado, garfado, operado, assaltado. O termo você escolhe, o fato é que Wilson Luiz Seneme atrapalhou diretamente as pretensões do nosso rubro-negro e foi decisivo no empate diante do Fluminense, com uma atuação no mínimo suspeita e cheia de lambanças.

Logo nos primeiros minutos de jogo Seneme mostrou a que veio, marcando várias “faltas” para a equipe carioca, inclusive algumas perto da área. Era um jogador do Fluminense cair que o juiz apitava infração. Em alguns casos os jogadores do tricolor carioca não eram nem tocados pelos atleticanos e lá estava Wilson Luiz Seneme assoprando com uma convicção espantosa.

Confesso que na Baixada achei que o árbitro tinha inventado também o pênalti para o Fluminense, mas não, esse foi claro, cometido pelo juvenil Ivan González, “só” faltou critério a Seneme ao não marcar pênalti claro cometido por Diguinho em Guerrón. O equatoriano invadia a área em velocidade quando teve seu pé de apoio tocado por Diguinho, impedindo que ficasse cara a cara com o goleiro Ricardo Berna.

Algumas pessoas questionaram ainda que o pé de Guerrón que foi tocado estaria um pouquinho fora da área, mas o absurdo é que Seneme nem falta marcou, mesmo estando perto do lance. E a falta (ainda que fosse marcada fora da área) seria para cartão amarelo. Desculpem-me se estou sendo parcial, mas não consigo ver a falha como um erro normal, pra mim o árbitro estava sim com más intenções em pleno Caldeirão.

O capitão Paulo Baier reclamou várias vezes com o juiz, Soares gritou como louco na beira do gramado, os jogadores reservas reclamavam a cada equívoco do árbitro próximo a eles, a torcida gritou diversas vezes: “não é mole não, vem na Baixada pra roubar o Furacão”, mas Wilson Luiz Seneme parecia ter ouvidos apenas para Muricy Ramalho, que chegou a elogiá-lo depois da partida, após um aperto de mãos.

A prática de minar a equipe atleticana invertendo faltas, laterais, escanteios, deixando de marcar infrações favoráveis ao Atlético irrita os jogadores, causa nervosismo, atrapalha um bom jogo de futebol, que deveria ficar marcado apenas pelos erros e acertos dos dois gigantes que se enfrentavam buscando uma vaga na Libertadores de 2011.

O que fazer para isso mudar? As equipes do eixo são beneficiadas constantemente pela arbitragem e o problema vem de anos, décadas. O próprio gerente de futebol do Atlético, Ocimar Bolicenho, absolutamente irritado com a arbitragem de Seneme, dizia após a partida que o Atlético já representou formalmente contra árbitros na CBF mais de uma vez, mas que infelizmente parece não ter dado resultado. E realmente não deu, o buraco é mais embaixo quando a própria CBF é movida por interesses, política e cifras. Enviar novamente um DVD acarretará o afastamento de Seneme? Teremos os pontos devolvidos? Infelizmente não... O assalto continua!


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