Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Luz, câmera, ação!

22/10/2010


A caminhada rubro-negra em 2010, com toda certeza poderia virar filme e não apenas um, mas vários, recheado de histórias e momentos que deixaram o torcedor em êxtase, fazendo-os lembrar porque é tão bom torcer, vibrar e em alguns casos sofrer com o Atlético e pelo Atlético.

No começo do ano o fanático torcedor rubro-negro estava desanimado. Em razão dos erros de gestão, esperava que na melhor das hipóteses o clube conseguiu se livrar do rebaixamento. Como no roteiro dos melhores filmes hollywoodanos uma equipe que não oferecia confiança, hoje encontra-se com reais chances de se classificar para a principal competição sul-americana e mantém vivas as esperanças da conquista do título nacional. Argumento pronto, basta filmar.

Temos, também, a história do garoto estrangeiro, que depois de um longo tempo reencontrou uma antiga paixão: seu time de coração. Aos 11 anos o paraguaio Iván González veio a Curitiba participar de um torneio amador. Voltou ao seu país com muitas histórias pra contar e uma camisa do Atlético (mais precisamente da Torcida Os Fanáticos), e a partir daquele momento Iván carregou consigo o sentimento de amor por um clube, algo que todo atleticano sabe como é.

Acompanhando a distância tudo sobre o Atlético, 12 anos depois o destino sorriu para o jovem garoto paraguaio e ele foi contratado para jogar no seu time de coração. Um início de difícil adaptação faziam a história parecer ter um final infeliz, mas o jogo contra o Atlético Mineiro, com Iván fazendo o gol da vitória, nos últimos minutos, trataram de dar a narrativa o contorno cinematográfico. Argumento pronto, é só gravar.

Pensa que acabou o acervo da locadora? Tem, ainda, a saga do guerreiro Claiton, um atleta extremamente identificado com o Atlético, que voltou ao clube depois de um período fora dando ao torcedor a esperança de dias melhores. Três cirurgias lavaram todos a pensar que terminava ali a história de Claiton com a camisa do Furacão. Após longos 14 meses, o guerreiro Claiton volta a jogar na Baixada, reencontrando o torcedor rubro-negro. Esforço recompensando com um passe para o gol que garantiu a vitória atleticana. Argumento pronto, basta rodar o filme.

As três histórias apresentadas mostram que o Atlético é pródigo em levar ao seu torcedor momentos que tornam-se eternos. Histórias como os quatro gols de Ziquita, o falecimento do Presidente Jofre Cabral nas arquibancadas, a demolição da velha Baixada para a construção de um novo estádio e a paixão de uma torcida que mesmo com o time sendo goleado pelo maior rival cantava a plenos pulmões o hino do clube, fazem o torcedor do Furacão ter a certeza de que escolheu o time certo para torcer e que o maior prêmio do cinema mundial com certeza poderia ser dado para um filme com o Atlético.

Neste domingo o Atlético enfrenta o Fluminense, contando com o apoio da torcida e uma vitória pode fazer com que no fim do ano, quem sabe, não tenhamos um filme contado a história do clube desacreditado que alcançou um improvável bicampeonato Brasileiro.

Não perca o próximo capítulo de uma história que no futuro pode estar no cinema...


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