Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

Boca Maldita

12/10/2004


Líder isolado do Campeonato Brasileiro, 17 jogos sem perder, com o artilheiro da competição. Uma campanha capaz de orgulhar todos os atleticanos. Mas, a cada vitória, mais ouvimos contestações ao time comandado por Levir Culpi.

Uns nos chamam de "nuvem passageira". Outros de "beneficiados pela arbitragem". Há ainda quem acredite na teoria da conspiração e crê que haja um "esquema" para tornar o Atlético o primeiro bicampeão brasileiro do século. A famosa Boca Maldita de Curitiba parece ter invadido os meios de comunicação do Brasil e o assunto principal das rodas de conversa é o Clube Atlético Paranaense. Num primeiro momento, não era o Atlético que vencia, era o adversário que perdia. Depois, vendo que essa tática não dava certo, alguns meios de comunicação do eixo Rio-São Paulo decidiram promover a campanha do "apito amigo".

A cada rodada, muitos programas esportivos repetem exaustivamente possíveis erros de arbitragem favorecendo o rubro-negro. Um claro massacre na mídia, tentando desestabilizar o ambiente atleticano, intimidar as arbitragens e jogar a opinião pública contra o time paranaense. Parece que estão conseguindo. Nas últimas duas partidas, tivemos arbitragens bastante comprometedoras.

Atleticanos, é o preço do sucesso! O que é certo nesta história toda é que o Atlético incomoda muita gente e o sucesso do Atlético incomoda muito mais. O bairrismo e preconceito de uns, os impedem de ver o talento de um Fernandinho, Jadson, Dagoberto; a eficiência de um Alan Bahia, Marinho, Fabiano; a segurança de um Diego; o oportunismo de um Washington; a competência de um Levir Culpi.

Não, não vamos dar ouvidos a eles. Se as vozes do preconceito os impedem de ver o que o Atlético tem de melhor, azar o deles. Fiquemos nós admirando os dribles, tabelas e toques magistrais do Atlético, que nos faz ver o quanto o futebol ainda pode ser alegre, contagiante, artístico. Enquanto eles, que continuem achando que tudo isso é obra do acaso.

Temos consciência de que muitos obstáculos nos separam da tão sonhada taça. Restam ainda onze rodadas, onze decisões para o sonhado bi-campeonato. E não esperamos facilidades para chegar aonde tanto almejamos. Mas temos plena consciência de que futebol se ganha jogando bola. E é dentro de campo que queremos vencer.

Não queremos e não precisamos da ajuda de árbitros. Também não queremos de forma alguma sermos os "queridinhos da mídia". Só queremos ter tranqüilidade para mostrar o que de melhor podemos. E, para isso, a torcida atleticana está preparando manifestações a partir do jogo deste domingo, contra o Paraná Clube. Todos estão conclamados a levar à Arena, além das tradicionais bexigas rubro-negras, bexigas brancas, que simbolizem a honestidade e a transparência no futebol e contra a campanha "anti-Atlético" promovida por segmentos da imprensa.

Você, atleticano, está convidado a participar. Vamos mostrar para o Brasil inteiro que ninguém ganha do Atlético no grito e se é barulho o que eles querem, a gente faz muito maior.


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