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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Os três coelhinhos
06/10/2010
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Havia numa cidade distante três coelhinhos que gostavam muito de futebol. Um deles ainda era novo, mas metido que só vendo! Ao invés de planejar sua vida e crescimento em bases sólidas, viu que fazer sucesso a qualquer custo era legal e para ele, mais importante.
Construiu um casebrezinho de palha mesmo, mas dava festas monumentais. Não se preocupou com as paredes, mas fez uma churrasqueira de dar inveja. Adorava posar de bacana e gostava de humilhar os outros coelhinhos que trabalhavam a sua maneira para crescer na vida. O coelhinho gastou mais do que podia, seus amigos só queriam saber de festa, de um tal penta e quando o bicho pegou mesmo.... cadê eles?
Eles que uma vez na vida foram em mais de 40 mil a uma festa (sendo que metade nem conhecia o coelhinho, foi só para se aproveitar) voltaram a ser os mesmos dois ou três mil de sempre. Nem precisou de lobo, nem de um Furacão, bastou o próprio tempo para que a casinha de palha viesse ao chão. Hoje tentam reconstruÃ-la, mas tirando a imprensa que dá uma dimensão que de fato não existe, quase ninguém mais se lembra do jovem coelhinho metido a besta.
O coelhinho mais velho teve seu momento de glória. Na verdade, historicamente ajudado pelos padrinhos (FPF, arbitragens, imprensa) fez das suas e foi hegemônico por muito tempo. Coelhinho descolado nunca esquecia de agradar a quem precisasse e por isso mesmo teve ao longo do tempo muito de suas falcatruas encobertas.
Como contou com este lastro, o coelhinho que não era bobo nem nada, construiu uma bela casa de madeira. Era a melhor casa da região por muito tempo, mas se esqueceram de fazer a manutenção. A casa continua lá, mas é visÃvel como está desgastada e só a demão de tinta todo final de ano já não disfarça mais sua decadência.
Aos poucos a casa foi caindo. Não precisou nem de lobo, nem de um Furacão, pois as paredes foram ruindo por dentro mesmo. Mal sabia o coelhinho velho que dentro de sua própria casa muita gente jogava contra, mas como sempre seus amigos da imprensa foram encobrindo, varrendo para debaixo do tapete a sujeira e ele segue sua vida parado no tempo, achando que a velha e imponente (mas decadente) casa de madeira ainda é a melhor coisa do mundo.
E inveja e trama contra a casa do coelhinho que fez a casa de alvenaria. Ah, e como deu trabalho fazer essa casa! Quantos anos custou, quantas reformas nas antigas casinhas de palha, de madeira, quantos aluguéis que foram gastos na casa dos outros até o coelhinho sacar que tinha que ter sua própria casa e que tinha que ser definitiva....
Muitos não acreditavam que aquele coelhinho, sempre em dificuldades, faria justamente a melhor das três casas da região. Mas ele tinha amigos, amigos fiéis e que realmente nunca abandonam quem gostam. Aliás, nos momentos de maior dificuldade, quando os padrinhos do coelhinho mais velho vinham com tudo para tentar embargar sua obra, os leais e guerreiros amigos do coelhinho o abraçavam, o ajudavam e nunca desistiram de realizar seus sonhos. Juntos e mostrando que a união os fortalecia.
Segue a vida dos coelhinhos naquela cidade, cada um do seu jeito, cada um com suas perspectivas, cada um com seus sonhos. E coincidências com histórias reais ou fábulas infantis são meras coincidências.
Ou não, como diria o "poeta" Cléber Machado!
ARREMATE
"No sábado, saem a passeio, ela, gorda, de olhos azuis e ele, magro, de preto. No verão, a mulher usa um vestido branco, fora de moda; ele ainda de preto." . trecho de Penélope, publicado no livro "Vozes do Retrato" de DALTON TREVISAN.
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