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Paulo Perussolo
Paulo Roberto Perussolo, 36 anos, é estudante de Direito. Seguindo a tradição da família, acompanha o Furacão desde a infância, tornando-se cada vez mais fanático. Considera o Atlético mais do que um clube de futebol, um dos grandes amores de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2010 e 2011.
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Carpegiani abandonou o barco. Seguiu para o poderoso São Paulo, o maior papa-títulos dos últimos anos, após receber proposta irrecusável. Condenar o treinador? Analisando friamente é difícil crucificá-lo. Era provavelmente a última grande oportunidade de Carpegiani, se fracassar dificilmente receberá outra chance em um grande clube do eixo, financeiramente também era muito mais vantajoso, mas o que deve ter pesado de verdade na escolha do técnico foi o planejamento e profissionalismo da equipe paulista.
Os “bambis” dificilmente mandam embora um treinador, são acostumados a investir em trabalhos em longo prazo, com contratos duradouros com atletas e comissão técnica, além de manter uma comissão permanente. Carpegiani deve ter ficado maravilhado com a oportunidade, não critico. Que treinador não quer trabalhar nestas condições, e quem sabe brigar por títulos nacionais? Condeno a forma como a negociação foi conduzida. O treinador deveria ter deixado claro seu interesse em sair, os bambis deveriam “avisar” a diretoria do Atlético sobre a negociação. Se o contrato possui uma multa por não cumprimento, uma vez paga não se pode falar em desonestidade, mas com certeza faltou ética ao treinador e ao clube paulista.
Formamos uma imagem do São Paulo como clube inescrupuloso, que não respeita os demais e acredita que “os fins justificam os meios” para conseguir contratar quem bem entendem, mas diria que isso tem valor maior quando falamos de atletas. No caso dos treinadores o próprio Atlético já agiu de maneira semelhante com clubes menores e nossa torcida não falou um “a”. Foi uma aposta de Carpegiani, que agora fechou todas as portas no Atlético. Como fanático que sou, torço sim pelo insucesso do treinador, até porque agora é concorrente.
Muito se especulou entre ontem e hoje sobre quem seria o novo treinador do Furacão para o restante da temporada. O mercado está péssimo. Dos treinadores de renome no mercado tínhamos as opções de Luxemburgo e Leão, ambos caros e decadentes. Os técnicos considerados “top” estão no exterior ganhando rios de dinheiro, os que estão no país têm bons empregos. Sobram treinadores “desconhecidos” ou com pouco “nome” no futebol. As famosas apostas.
Pra piorar, qualquer técnico faz exigências absurdas, como trazer toda a comissão técnica própria ou ainda salários exorbitantes, que não condizem com suas carreiras. No início da tarde a fumaça branca foi avistada na Baixada, a diretoria já havia escolhido o substituto de Carpegiani. Sérgio Soares foi o escolhido para dar sequência ao trabalho do antecessor, com a difícil missão de classificar o Atlético para a Libertadores. Das opções no mercado, talvez tenha sido a decisão mais prudente. Soares assume um elenco unido, focado no objetivo, entrosado e que precisa de poucos ajustes para render ainda mais. Se resolver fazer apenas o feijão com arroz, sem invenções, Soares tem totais condições de atingir o objetivo, dar um salto na carreira e fazer a alegria da torcida. Boa sorte ao novo treinador e se eu pudesse dar somente uma dica, diria para não mexer no time, exceto no ataque, escalando Nieto no lugar de Bruno Mineiro. Avante, o Furacão continua!
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