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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Sonhos de menino
22/09/2010
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Todo menino tem seus sonhos. Alguns alcançáveis, outros impossíveis. Mas quem disse que os sonhos são impossíveis? Quem limita a nossa capacidade em perseguir os sonhos e os transformar em realidade?
Eu sonhava com um time que subisse e ficasse na primeira divisão. Ai como eu sonhava ver Palmeiras, Flamengo e outros grandes perecerem dentro de nossa casa. Eu cheguei a sonhar com meu time tendo jogadores em Seleção Brasileira, titular e campeão do mundo sequer eu sonhava.
Pedia a Deus em minhas inocentes orações infanto-juvenis que um dia meu Atlético jogasse contra um Nacional, quem sabe o poderoso River Plate. Querer que estes times, em especial o time uruguaio fosse nosso “freguês” seria pedir demais!
Via pela TV e achava sensacional um estádio repleto em sua totalidade de cadeiras. Até sonhava com isso na Baixada, mas pensava mais realisticamente que as retas tendo cadeiras vermelhas e pretas já seria um senhor avanço. Estádio cheio de sócios? Ah, isso é coisa de Barcelona, de Milan que sempre ouvia dizer que vendera 40 mil “abonatti”, o ingresso antecipado, representando pouco mais da metade do San Siro.
Sonhar não custa nada e por que não sonhar em jogar Libertadores? Disputar três delas tendo feito duas boas campanhas, uma delas com um vice campeonato onde me fez chegar ao Beira Rio me sentindo numa final de “Champions League” era algo fora de cogitação.
E a estrela dourada no peito? Quanta inveja nos causava aquela fortuita e pouco merecida estrela no escudo do nosso rival? Durante década e meia éramos obrigados a engolir aquilo e não é que fomos lá e diferentemente deles conquistamos uma com campanha exemplar, artilheiro, melhor ataque e vencendo todas as partidas decisivas?
Muita coisa era só sonho. Muitas coisas se tornaram realidade. Alguns sonhos pareciam tão longe de nós que eram só sonhos.
Agora acordamos com a efetiva oportunidade não só de terminarmos nossa casa como de recebermos jogos de Copa do Mundo na cidade e justo em nosso estádio. Um sonho. Sonho que foi primeiramente sonhado por Petraglia, que por vezes nos parece muito sonhador, mas na verdade é um visionário. Não é que o sujeito enxerga mesmo uns 10 anos na frente da média? A forma como faz realizar o sonho é que viciadamente não vinha mais dando certo, mas não restam dúvidas que se hoje temos uma realidade que nos faz feliz, uma boa parcela é fruto do sonho deste homem. Mais que um sonhador.
Que fez outros sonharem. Que fez a torcida comprar um sonho. Que fez a atual direção ter discernimento, paciência e ponderação para achar a solução mais adequada para a situação que se apresentou. E hoje Maluceli, Fornea, Geara, Yara e toda a direção ajudam a realizar esse sonho de todo atleticano.
Sonhar não custa nada, mas talvez nem nos melhores sonhos da minha infância eu via um Atlético com uma perspectiva futura tão boa quanto vejo hoje.
OPORTUNIDADE
A partir dos jogos de quartas-de-finais da Copa do Mundo deste ano, atletas de ambas as equipes entravam em campo com mensagens anti racistas e os capitães de cada time liam um pequeno recado a respeito. A cruzada contra este que é um dos crimes mais bizarros que existe é forte.
Aqui no Brasil, um país plural e multiracial e que faz de conta não ser racista o zagueirinho Danilo ofendeu acintosamente o atleta Manoel do Atlético. O Tribunal que o julgou perdeu a grande oportunidade de fazer exatamente aquilo que fez com o coxa, pegá-los como exemplo. No final das contas as penas de réu e vítima foram quase idênticas, corroborando a tese de que valeu a pena delinqüir. Segue livre, mesmo sendo crime inafiançável e jogando pelo Palmeiras.
O mimado Neymar se acha o dono do mundo. Acabou ganhando a queda de braço com o competente e sério treinador Dorival Jr. . Perdeu a direção do Santos uma excelente oportunidade de colocar o garoto em seu devido lugar.
Falta um Cocito na vida do Neymar. Kaká deixou de ser moleque e se tornou um homem depois de perceber contra o volante atleticano que futebol é coisa muito séria e que deve ser levada a sério todo o tempo.
ARREMATE
“Porém menino sonha de mais/
Menino sonha com coisas/
Que a gente cresce e não vê jamais.” Todo menino é um Rei– ROBERTO RIBEIRO
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