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Paulo Perussolo
Paulo Roberto Perussolo, 36 anos, é estudante de Direito. Seguindo a tradição da família, acompanha o Furacão desde a infância, tornando-se cada vez mais fanático. Considera o Atlético mais do que um clube de futebol, um dos grandes amores de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2010 e 2011.
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Rhodolfo Seleção
20/09/2010
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Já repararam como temos o terrível costume de valorizar o que é dos outros e fazer pouco caso do que é nosso? O carro do vizinho é sempre mais bonito (mal sabe você que vai para a oficina uma vez por semana); a mulher do vizinho é mais bonita (se você soubesse do mau hálito dela); o emprego do vizinho é melhor (será mesmo, ou você atentou apenas para a remuneração?). É comum nos depararmos com esse tipo de situação e comentários, no futebol não é diferente, ainda mais aqui no Paraná.
O Coxa na segunda divisão do Campeonato Brasileiro, mas sempre tem um atleticano sarna (ainda bem que é exceção) pra achar o time deles melhor. Vá entender. Mas onde eu quero chegar com esse papinho? Simples: temos a mania de valorizar os atletas de outros times e menosprezar os nossos. Não estou dizendo que todos os nossos atletas são craques ou que são os melhores de suas posições, mas e quando são acima da média, não é justo e bom para o clube e para nós que seja exaltado?
Luiz Rhodolfo Dini Gaioto, ou Rhodolfo apenas, chegou ao Atlético em 2002 para integrar as categorias de base. Natural de Bandeirantes, aqui mesmo no Paraná, o zagueiro fez a sua estréia com o manto rubro-negro em setembro de 2006, contra o Internacional, no Beira Rio. Mesmo garoto, mostrou personalidade e segurança logo nas primeiras temporadas no time de cima. Em 2007 foi convocado para a Seleção Brasileira Sub-23 (Pré-Olímpica). Viveu altos e baixos desde então, teve péssimos companheiros de zaga, e eu mesmo critiquei por ser um tanto “inventor” às vezes.
A posição de zagueiro talvez seja a que mais exige que o atleta faça o famoso feijão com arroz. O simples, sem inventar, o necessário para desarmar e, se possível, sair pro jogo. De 2006 pra cá, Rhodolfo evoluiu, está mais maduro, mais completo, deixou as invenções de lado. Do atual elenco, é o jogador que mais vezes atuou com a camisa do Furacão – foram 166 jogos. O defensor marcou onze gols pelo Atlético, sendo que cinco deles foram convertidos no Paranaense deste ano.
As marcas da regularidade e do bom momento de Rhodolfo aparecem nos números de 2010. Foram 45 jogos disputados este ano. Em todos ele foi titular. Ao lado do goleiro Neto é o jogador que mais atuou neste Brasileirão, ficando fora de apenas uma partida.
Dentro de campo vemos um Rhodolfo calmo, que orienta seus companheiros, marca de perto os adversários, sabe fazer a sobra, quando necessário. Bola no alto é com ele mesmo, dificilmente o zagueirão perde uma. Aprimorou a antecipação, o posicionamento, e dificilmente inventa ou tenta jogadas improváveis de ataque. Vez ou outra deixa um atacante no chão, ao melhor estilo Lúcio, mas com a devida prudência.
E aí atleticano, o zagueiro do outro time é melhor que o do nosso? Acho que não. Rhodolfo é um dos melhores zagueiros do país, não à toa despertou o interesse de Mano Menezes e principalmente de seu auxiliar, que esteve na Arena acompanhando um jogo do Atlético. Não será surpresa se Rhodolfo aparecer em uma das próximas convocações da Seleção, e será justo! Sucesso ao grande zagueiro atleticano, que tanto honra nossa camisa e que com certeza vestirá a amarelinha novamente (agora da Seleção principal) em breve.
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