Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Feliz Aniversário aos amigos da Ultras

18/09/2010


Sempre me considerei um bom amigo do Rato, ex-presidente e fundador da Ultras. Junto com ele e Maurício Simões, acreditamos que era possível levar uma nova forma de torcer pelo Atlético às arquibancadas da Baixada, ou onde quer que o Furacão jogue. Passaram por ali figuras extraordinárias como nosso amigo Dirceu, Gil Justen, hoje advogado do Furacão, os gêmeos, o falecido pai do Louco, que nos levava aonde fosse preciso, enfim, fomos durante bastante tempo uma grande família atleticana.

Em viagem à Europa, soube do terrível incidente com os Fanáticos, que resultou na quase extinção da torcida. A última imagem da qual me lembro, foi a torcida saindo escoltada de dentro da sua própria casa. Triste e lamentável já que o objetivo de ambas, sempre foi o de torcer pelo Atlético.

O escorpião foi desenhado na W3, e sempre procurei dar suporte ao Rato na medida em que meu tempo permitia. Porém, meus horizontes foram mudando e minhas responsabilidades aumentando. Já não havia mais espaço para dedicar a Ultras o tempo que ela merecia e fui cuidar da minha vida. Mas nunca deixei de ter pela torcida admiração e respeito, não só pelo que ela representa, mas pela dedicação das pessoas que estão no seu dia a dia. Não é fácil manter um projeto dessa natureza, por mais simples que ele possa parecer. Mesmo assim, muitas pessoas não compreendem a existência da Ultras até hoje, pois são adeptas da existência de apenas uma torcida. É quase como se houvesse uma forma única de torcer pelo Atlético, uma espécie de “pensamento único”. Na vida poucas coisas funcionam assim, e no Atlético não é diferente. Já tivemos a TIA (Torcida Independente Atleticana), a TAC (Torcida Anjos do Caldeirão), a Nação Atleticana, a Guerrilheiros da Baixada, o ETA (Esquadrão da Torcida Atleticana), dentre outras que eu não lembrei o nome. Todas no seu tempo e com sua história de amor ao Atlético. Em certa ocasião numa visita ao Jornal Estado do Paraná, vi várias fotografias do Atlético entrando em campo na antiga Baixada, datadas da década de 70. Um verdadeiro espetáculo de participação da massa atleticana.

As torcidas quando não estão metidas em confusões desnecessárias e tolas, são parte fundamental do espetáculo. É para isso que elas devem existir. A violência só gera mais violência, pois o agredido sempre pensa em devolver a agressão.

Não fui convidado para as festas da torcida. Acho que ninguém deve se lembrar de mim por lá e acho isso bastante natural. Tudo passa e lá eu sou parte de um distante passado. Sendo assim, guardo no coração os bons momentos vividos com a Ultras na Baixada, como por exemplo, erguemos pela primeira vez o nosso bandeirão. Massa demais e simplesmente inesquecível. Houve várias outras situações boas e as ruins eu nem penso em recordar.

Parabéns amigo Rato, pois você é um insano na forma de amar o Atlético. Não conheço ninguém que ame o Furacão da mesma forma que você. Na intensidade, todos amam, mas na forma, você é único. Aos que lutam no dia a dia da Ultras hoje, muito energia para seguir em frente. Criem novas músicas (isso é um apelo), e continuem fazendo a “correria” na defesa do Furacão.


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