Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 44 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Água Fria

13/09/2010


Para quem havia se animado com a evolução do time e já sonhava com objetivos maiores como uma vaga na Libertadores (não era o meu caso), o resultado - e principalmente a atuação - contra o Guarani foi um verdadeiro balde de água fria.

Foi uma partida terrível de assistir. O Atlético não mostrou consistência alguma, criou pouquíssimas oportunidades e, ainda assim, sem o mínimo de organização necessária para chegar ao gol.

Ficou muito clara a falta que faz Maikon Leite, peça fundamental no ataque atleticano. Tiago Santos mostrou um futebol muito fraco e Bruno Mineiro repetiu as más atuações. Chamou a atenção o posisionamento estranho do camisa 9, jogando aberto, que "não é a dele". Mas é fato que mesmo na hora de definir jogadas, o centroavante não esteve bem.

Também é inegável a falta que faz o capitão Paulo Baier. Sem ele, o time não consegue se organizar na criação das jogadas. Podem criticar sua forma física, as suas últimas atuações, mas enquanto o substituto for Netinho, continuaremos sofrendo quando o camisa 10 estiver fora do time.

Fato é que voltamos a colocar os pés no chão. Com o time e o treinador atuais, pretensão maior que uma vaga na Sulamericana é sonhar demais.

Torcida

No feriado, tive o privilégio de realizar um sonho: assistir a um jogo do Boca Juniors en la Bombonera, em Buenos Aires. A pressão da torcida é realmente impressionante, embora o Atlético esteja muito bem servido quando o assunto é cantar e apoiar o time.

O que realmente me chamou a atenção foi a ausência completa de reclamações por parte dos torcedores. O Boca perdeu o clássico para o San Lorenzo jogando um futebol horrendo, digno de Série C. E em momento algum a torcida dirigiu qualquer apupo a seus jogadores. Confesso que fiquei com vergonha de dividir arquibancada com gente que passa o jogo inteiro xingando os próprios jogadores.

Se a torcida de um time hexacampeão da Libertadores e tricampeão mundial não vomita insultos quando o time vai de mal a pior, por que é que a maioria das torcida brasileiras têm essa mania? Vale a reflexão.

Imagino que com torcedores que apenas apoiassem, o caminho para crescer seria muito mais fácil.


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