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Paulo Perussolo
Paulo Roberto Perussolo, 36 anos, é estudante de Direito. Seguindo a tradição da família, acompanha o Furacão desde a infância, tornando-se cada vez mais fanático. Considera o Atlético mais do que um clube de futebol, um dos grandes amores de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2010 e 2011.
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Nossa realidade
13/09/2010
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Na última semana perguntei se com esse time do Atlético uma classificação para a Libertadores era sonho ou realidade. Pois bem, a própria equipe tratou de responder, tropeçando em casa contra o Corinthians e no Brinco de Ouro contra o Guarani. Voltamos agora ao nosso mundo real; sonhar é bom, mas ter os pés no chão é prudente.
É bem verdade que na quarta-feira enfrentamos o Corinthians (vice-líder) e o árbitro não foi bem e ontem jogamos contra o Bugre com um time todo remendado, cheio de desfalques, mas uma equipe que quer chegar – e permanecer – no grupo dos quatro primeiro colocados que se classificam para a Libertadores tem que vencer desafios, tem que fazer o “algo mais”.
Para integrar a seleta lista dos clubes que se classificam para a Libertadores, não basta um bom time, tem que ter elenco. O onze titular do Atlético acredito que teria total condição sim de lutar por uma dessas vagas, mas não temos reservas para dar conta quando das suspensões e contusões. O jogo contra o Bugre provou essa afirmação.
Culpar o técnico Carpegiani? Só mesmo pela infeliz declaração, na hora errada, de que não continuará no Atlético em 2011. Não que eu fosse defensor da permanência do treinador, mas não era o momento de falar sobre isso, convenhamos. Sobre o jogo, ele não tinha muitas opções para montar um time competitivo nas ausências de Maikon, Nieto, Guerrón, Baier e Diniz. Errou feio ao escalar Netinho, que ele mesmo tinha liberado para empréstimo ao Paraná Clube e que nem no banco figurava nos últimos tempos. Netinho até não foi mal, mas também não foi bem, “não fedeu nem cheirou”, só não há mais clima para jogar pelo Atlético mesmo.
Já que a diretoria não contrata, quem escalar na lateral direita quando Diniz está suspenso? Poderia ter improvisado outro? Poderia, já que Leandro também não pode mais jogar pelo Atlético, mas continuaria sendo uma improvisação obrigatória. Thiago Santos por enquanto provou ser apenas o goleador dos amistosos, esteve completamente perdido em campo e errou tudo que tentou. Branquinho novamente esteve mais pra transparente, ninguém viu o meia em campo, quando viram, foi perdendo a bola. Pra finalizar a noite de lambanças, no finalzinho da partida Leandro falhou na marcação, Manoel errou no corte, chutou a bola em cima do companheiro, que sobrou para o atacante do Guarani chutar em cima de Rhodolfo (não teve culpa no gol, mas fez seu pior primeiro tempo em 2010) e balançar a rede atleticana.
Agora resta aos atletas provarem que ainda podemos sonhar, que a realidade não é apenas uma classificação para a Copa Sulamericana. Vencer o Galo na quarta-feira, na Arena, é obrigação. Uma coisa que definitivamente não pode acontecer é voltar a perder tantos pontos em casa, com o apoio incondicional da massa rubro-negra, que lota o Caldeirão a cada partida.
No mais, não façamos do jogo de ontem uma tragédia. Falhas individuais acontecem; Branquinho esteve apagado, mas não virou mau jogador; Vitor, Olberdam e Chico não fizeram partidas como as anteriores, mas são bons volantes; Manoel e Neto continuam sendo excelentes revelações; Rhodolfo continua merecendo a convocação para a Seleção Brasileira.
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