Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Queridinhos

08/09/2010


Não que o Atlético seja o patinho feio, mas nem de longe está entre os preferidos da mídia nacional. Surgimos no cenário nacional como uma novidade interessante, uma espécie de “Flamengo do sul”, uniformes parecidos, mesmas cores e torcida popular e inflamada.

As coisas mudaram, em especial na virada do século. Além de termos algo que até hoje o rubro-negro carioca não tem, fizemos de uma vez o melhor estádio do Brasil. Ingressos caros, um estádio padrão europeu, uma enorme e lindíssima torcida feminina freqüentando fielmente os jogos, corredores que parecem um shopping e dentro de campo uma equipe que disputou três Libertadores, chegou na final de uma delas, venceu um Brasileiro e foi vice em outro. Opa!!! Melhor não dar muita moral para esses caras do “Atlético do Paraná” como parecem fazer questão de falar alguns narradores da rede nacional, desconhecendo em nosso escudo estar escrito ATLÉTICO PARANAENSE.

E quando enfrentamos times da mídia como o badalado e agora centenário Corinthians a coisa fica mais clara. Dia desses o comentarista da poderosa via, mesmo sendo desmentido pelas imagens, pênalti num lance normal. Todo jogo aqui diante dos tais grandes do eixo Rio-São Paulo, colocam microfones na boca dos torcedores adversários, abafando o canto forte e sabidamente vibrante da nação atleticana, dando impressão que a meia dúzia de visitantes é capaz de calar a entusiasta massa atleticana.

E basta dizer que nos últimos quatro confrontos diante do alvinegro paulistano, querido pela imensa torcida e por estar no maior mercado consumidor do Brasil, tivemos claro prejuízo em três.

Copa do Brasil 2009, jogo de ida; o marginal Dentinho dá acintosa cotovelada no “bom moço” Rafael Moura, se joga no chão e nada é marcado e muito menos ele é expulso. Final da partida, Furacão enfiando 3 X 1 mesmo com o árbitro tendo inventado um pênalti para os paulistas que parou na trave, Dentinho, que deveria ter sido expulso no 1º tempo diminui e deixa o placar 3 X 2, facilitando as coisas para eles.

Jogo de volta: começo de partida e pênalti claro não marcado sobre Márcio Azevedo. O indolente Wallysson perdeu várias chances de gol, Corinthians fez o 1 X 0 que precisava, mas o árbitro ainda inventou no final um pênalti para Ronaldo Fenomeno marcar mais um. Aliás, analisem a tabela do Corinthians ano passado na Copa do Brasil e vejam a incrível marca de 8 penaltis a favor do time que precisava disputar uma Libertadores no ano do centenada.

Brasileiro 2010, primeira rodada. Nem discuto as limitações do Atlético diante do forte Corinthians de Mano Menezes, um time retalhado pós eliminação precoce na Copa do Brasil e submetido ao coxa, time de segunda divisão que venceu o estadual com relativa facilidade. Mas fazíamos uma partida média, viramos vencendo com gol de Wagner Diniz até o árbitro fazer das suas. Paulo Baier é empurrado pelo defensor corintiano e nesse embalo encosta a mão na bola. Leva cartão vermelho, já que antes havia reclamado por ter sofrido duas faltas seguidas não marcadas e levado o amarelo.

Empate corintiano, expulsão do goleiro Neto bem anotada, Furacão com dois a menos e um pênalti completamente absurdo marcado, com Alan Bahia fazendo justamente a marcação “ à la Bahia” ou seja, dando liberdade e ficando longe do marcador. Resumo vitória alvinegra mais uma vez com o benefício da arbitragem.

Não me importa se o Corinthians é o time da moda, se seu centenário rende muitas (e belas) matérias, se o bando de loucos tem até suas letras colocadas na tv como que catequizando o telespectador e muito menos se nossa emissora local não parece fazer o mínimo esforço para passar jogos do Atlético na tv aberta, mas que passa jogo deles a cada 15 dias pelo menos. Me importa ver um jogo limpo, jogado na bola e onde eu possa sair do estádio crente que venceu o melhor, o que mais mereceu, o que naquela noite mais se empenhou.

Não quero é ir ao estádio nesse ridículo horário Corujão, saindo meia noite do campo e saber que ganha quem é mais queridinho, quem é o docinho da emissora que cada vez mais paga pelo campeonato. Literalmente, que vença o melhor. Ao menos nesta quarta.

ARREMATE

“Haja Hoje pra tanto ontem” - Paulo Leminski.


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