Ana Flávia Weidman

Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!

 

 

Nossos ídolos

31/08/2010


Na última semana um fato esportivo chamou a minha atenção: a homenagem recebida por Ronaldinho Gaúcho no Camp Nou, no jogo entre Barcelona e Milan, válido por um torneio local organizado pelo time catalão. Ronaldinho pisou no gramado após os outros 21 jogadores já estarem formados e foi ovacionado pelos torcedores presentes, além de ter sido muito aplaudido pelos demais companheiros. Antes, um vídeo com seus melhores momentos no Barça havia sido exibido. Convidado pelo capitão Puyol, o cabeludo campeão do mundo, posou para a foto com o time espanhol e ao final do jogo, após a vitória do Barcelona, foi-lhe entregue a taça comemorativa do torneio. E Ronaldinho vestia a camisa do Milan.

Foi uma aula de como tratar seus ídolos.

Fiquei pensando, então, na forma como nós, atleticanos, temos tratados os nossos ídolos. E pensei em Alex Mineiro. Em Adriano Gabiru. Em Flávio (Pantera). Em Kleberson. E em tantos outros. Ídolos recentes da história atleticana que não tem recebido o seu devido valor. Kleberson passou pela Arena dias atrás e parece não ter sido notado. Desde Flávio que não temos um goleiro seguro o bastante embaixo das traves. Adriano Gabiru está em casa, desempregado, esquecido, aguardando uma nova chance nos gramados. E Alex Mineiro está afastado do time.

Diretoria e torcedores. Todos têm sua parcela de culpa. Dizem que atualmente apenas Rogério Ceni e Marcos têm uma forte ligação com os clubes que defendem. Eu ainda vejo outros jogadores que declaram amor às camisas que vestem, como Neymar e Rafael Sóbis. Mas quando o sonho de qualquer jogador brasileiro é ir para a Europa e ganhar rios de dinheiro, pouco sobra para ser feito pelos seus clubes, aqui no Brasil.

É importante lembrar que alguns jogadores escreveram uma bonita história com a camisa atleticana. Se não pelos títulos e conquistas, com jogos memoráveis (Ziquita) e campanhas inesquecíveis. Tivéssemos um museu e eles estariam ali, com os seus nomes estampados nas paredes. É o caso de Washington, Coração Valente. Se esquecermos as suas promessas não cumpridas, é inegável que aquela campanha de 2004 foi marcante para cada atleticano. O maior artilheiro de uma edição do campeonato brasileiro é nosso. E isso é importante. Faz parte da nossa história. Mas muitos não querem saber disso. Alguns jogadores pedem para ter seus nomes riscados do nosso caderninho de recordações, mas na maioria dos casos, somos nós que os deixamos de lado por puro ressentimento.

O meu caderno de recordações é mais novo. Pela minha idade, minhas lembranças são mais recentes. Portanto, lembro do jogo de despedida de Paulo Rink. Lembro das homenagens. Lembro de achar que devia ter mais gente na Arena. E lembro-me de ter me sentido feliz em participar daquela festa.

Não valorizar nossos ídolos é desprezar a nossa história.


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