Ana Flávia Weidman

Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!

 

 

Invenções à vista

24/08/2010


Ao chegar à Baixada e ver, na minha cadeira, aquele pedaço de tecido carinhosamente dobrado, abri um grande sorriso! Estava tudo pronto para mais um grande espetáculo promovido pela Comissão de Mosaicos. Ao primeiro acorde do hino nacional, os atleticanos, orgulhosos, levantaram os painéis e juntos formaram um grande desenho, colorindo ainda mais o templo atleticano. Ao final da apresentação todos estavam curiosos. Com os ouvidos colados no rádio ou ligando para os familiares em casa, uma pergunta ecoava por todos os cantos: qual a mensagem formada pelo mosaico? Caldeirão! Foi realmente uma bela surpresa e um enorme privilégio participar desse momento histórico.

Outro que adora surpreender os atleticanos é Carpegiani. Acompanhei, abismada, as reportagens da Furacao.com durante a semana que antecedeu ao jogo de domingo. Eram tantas escalações e esquema táticos que ficou difícil compreender qual era o propósito do técnico rubro-negro. A cada treino um time diferente. A formação que entrou em campo domingo, provavelmente, fez apenas um coletivo. Dificilmente eu criticaria um técnico por colocar em campo um time ofensivo. Mas de nada adianta um time cheio de atacantes se a bola não chega à frente com qualidade.

No setor de criação continuamos dependendo única e exclusivamente de Paulo Baier que mais uma vez jogou sozinho (e adiantado) na armação, já que nossos laterais são sofríveis. Não é de se estranhar que Baier não esteja fazendo grandes exibições. Não tenho a intenção de defender nosso capitão, mas não deve ser nada fácil jogar ao lado de Paulinho e cia.

Era óbvio que iria sobrar para alguém. E sobrou para o limitadíssimo Marcelo. O garoto atleticano foi queimado por Carpegiani. Sim, pois qual a razão em colocar o guri para jogar, depois de meses sem nem figurar no banco de reservas? O equívoco ficou ainda mais escancarado com a substituição por Branquinho no intervalo. Não porque a torcida pediu, mas pura e simplesmente porque era o mais correto a fazer. Não tenho pena de Marcelo nem condeno a torcida por vaiá-lo. Futebol é pressão, é cobrança, é resultado. Se o cara não é capaz de segurar a onda ou não corresponde em campo, é melhor mudar de profissão. Acontece que Marcelo não é o culpado. A responsabilidade é do homem que escolhe os 11 titulares.

Enfim, iniciamos a maratona de jogos “quarta e domingo”. Cartões e contusões certamente colocarão nosso elenco à prova. E é aí que eu morro de medo do que pode acontecer. Estamos no final de agosto e não temos um time titular na ponta da língua nem um esquema tático definido. Aposto que a mente criativa de Carpegiani vai ferver e então, sai de baixo que pode vir de tudo! Preparem-se para ver zagueiros novamente jogando de laterais.

A vitória contra o Flamengo foi importante, nos deu um novo fôlego, mas não foi convincente o bastante para encher de esperança o torcedor. O alerta continua ligado. Embora seja aceitável que Carpegiani busque alternativas para suprir as deficiências do elenco, a continuar essa fase de indefinição, o time pode se perder completamente nessa maratona de jogos que enfrentará. Esse final de primeiro turno nos favorece. Então Furacão, não nos decepcione.




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