Paulo Perussolo

Paulo Roberto Perussolo, 36 anos, é estudante de Direito. Seguindo a tradição da família, acompanha o Furacão desde a infância, tornando-se cada vez mais fanático. Considera o Atlético mais do que um clube de futebol, um dos grandes amores de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2010 e 2011.

 

 

Freguês é freguês

23/08/2010


O Atlético precisava vencer, Carpegiani estava sob grande pressão, até os jogadores inquestionáveis passaram a ser questionados. Para os pessimistas um resultado adverso era o óbvio, já para os otimistas a força do Caldeirão lotado (com direito ao maior mosaico da história do estádio) somado ao fato do Flamengo – o adversário da rodada – nunca ter vencido na Arena só poderia resultar em uma vitória.

No grito da torcida, dos pés de Paulo Baier, da casquinha de Manoel, Atlético um a zero, sofrido, no finalzinho do jogo. Valeu pelos três pontos, longe de ter sido uma partida brilhante, bom para começar a se afirmar fora da zona de rebaixamento, ruim porque mascara novamente o principal problema do Atlético no momento: comissão técnica.

Carpegiani foi advertido, mas ainda não abdicou de suas invenções. O garoto Marcelo, que não figurava nem no banco e estava há meses sem jogar reapareceu do nada na equipe titular. Se o treinador perdeu Guerrón, machucado, para a partida e queria escalar alguém com características semelhantes, tudo bem, terá até razão se quiser reclamar, não temos opções no elenco, porém escalar um jogador absolutamente sem ritmo e avoado foi um grande erro. Um equívoco que grande parte dos torcedores já tinha comentado, quando Marcelo foi escalado no treinamento, isso sem entrar no mérito dos problemas extra-campo proporcionados pelo jogador.

Sobre a partida, prefiro não comentar sobre os atletas que não renderam, na verdade acho que apenas Bruno Mineiro, o “Marcelo Ramos melhorado” e Paulinho – aquele que cruza pior que o Azevedo – foram abaixo da média. A falta de entrosamento, já que Carpegiani treina cada dia uma formação e escalação diferentes, e a inoperância dos laterais foram os pontos fracos da equipe contra o Flamengo.

Falando de coisa boa, Neto fez uma defesa espetacular em uma cabeçada no segundo tempo e foi muito seguro – como sempre – nas bolas aéreas, saiu e ganhou em todas e de quebra foi rápido para puxar contra-ataques. Olberdam foi uma grata surpresa em sua estréia. Volante forte, canhoto, firme na marcação e com uma boa qualidade de passe, muitos de primeira, o que me chamou atenção. A dupla de zaga foi perfeita, Manoel além de ajudar na marcação, ainda marcou o gol rubro-negro e Rhodolfo tem sido o jogador mais regular do Atlético. Mesmo no desastre da semana passada no Pacaembu, Rhodolfo já tinha se destacado; ontem foi provavelmente o melhor jogador em campo, vive uma bela fase o nosso xerife. Maikon Leite prova a cada dia que é titular desse time, só faltou o gol ontem, que parou no travessão no primeiro tempo e não saiu por detalhe no finalzinho da partida.

Gostaria de registrar os parabéns ao pessoal da Comissão de Mosaicos pelo show proporcionado ontem na Arena. “Nunca antes na história desse país” foi visto um mosaico tão bonito, com painéis cobrindo todos os setores do estádio, um tema perfeito e todas as dificuldades superadas. Ficou absolutamente lindo! Faltam palavras para explicar o sentimento vivenciado pelos atleticanos que estiveram ontem no Caldeirão.

Na coluna da última semana pedi aos atleticanos que enviassem o que consideram a escalação “ideal” do Atlético neste momento. Aqui vai a primeira confissão: fiquei surpreso com o grande número de participações. Contando as sugestões recebidas via e-mail e Twitter, foram quase cento e cinqüenta comentários e palpites, foram noventa e um atleticanos que colaboraram com a escalação que consideram apropriada.

A maioria dos torcedores que participaram concorda em boa parte das opções na escalação, o esquema tático da preferência dos atleticanos foi o 4-4-2, sendo que o time que mais se repetiu foi formado por Neto, Wagner Diniz, Manoel, Rhodolfo, Paulinho, Chico, Vitor, Branquinho, Paulo Baier, Maikon Leite e Bruno Mineiro. Ainda que eu tenha evidenciado que Alex Mineiro, Claiton e Azevedo não poderiam fazer parte da escalação, Claiton ainda foi citado por alguns torcedores e Azevedo apareceu em várias escalações (ufa! Pelo jeito os atleticanos concordam comigo que Paulinho ainda não convenceu).

O que me surpreendeu foi o segundo esquema tático mais citado, o 4-3-3, quando eu imaginava que os torcedores lembrariam do 3-5-2. A segunda escalação que mais apareceu é formada por Neto, Diniz, Manoel, Rhodolfo, Paulinho, Chico, Vitor, Baier, Maikon Leite, Guerrón e Bruno Mineiro. O 3-5-2 apareceu em menor número, sendo formado por Neto, Diniz, Manoel, Rhodolfo, Bruno Costa, Paulinho, Chico, Vitor, Baier, Maikon e Bruno. Até a rodada anterior o volante Olberdam ainda não havia feito sua estréia e ainda assim boa parte dos atleticanos que enviou seus palpites citou o jogador como opção, quase em mesmo número dos que citaram Chico (ufa! Novamente vejo que os atleticanos pensam como eu e Chico fica longe da unanimidade). O volante mais citado foi Vitor.

Para o gol Santos e João Carlos foram lembrados, mas os torcedores confiam em Neto, foi quase unanimidade, assim como Diniz na direita (um ou outro citou Guerrón e até Baier como opção para o setor), na zaga Manoel e Rhodolfo são quase unanimidade também. Branquinho foi lembrado pela maioria dos participantes, e Nieto pouco apareceu. Apenas alguns jogadores não apareceram em nenhuma escalação, foram eles: Alex Fraga, Leandro, Alex Mineiro, Netinho e Marcelo.

Alguns atleticanos comentaram que preferem Chico na zaga, sendo que apareceu nessa função em alguns palpites no 3-5-2, e até Sabiá foi citado para a formação com três zagueiros. Os jogadores que menos apareceram foram: Deivid, Thiago Santos, Eli Sabiá, Claiton, Nieto, Mithyuê, González, Fransérgio, Héracles e João Carlos.

Agora vai a segunda confissão: fiquei na dúvida sobre o “meu Atlético ideal”. Pensei por um bom tempo e não consegui decidir entre duas escalações que montei. A primeira é um 4-4-2 bem feijão com arroz com Neto, Diniz, Manoel, Rhodolfo, Azevedo, Olberdam, Vitor, Branquinho, Baier, Guerrón e Maikon Leite (sim, eu sei que havia excluído Azevedo da lista de opções, mas a informação é que deve retornar essa semana aos trabalhos normais no CT do Caju, sem falar que ontem perdi a paciência com Paulinho). A segunda opção seria um 4-3-3 com Neto, Diniz, Manoel, Rhodolfo, Azevedo, Olberdam, Vitor, Baier, Guerrón, Maikon Leite e Bruno Mineiro.

Fiquei horas matutando sobre a questão e não cheguei a uma conclusão. Confio no futebol do Guerrón, e só vi uma vez o Olberdam atuar e talvez seja cedo para escalar no lugar do Chico, mas me irritam os passes errados dele e por vezes o estilo “cerca-cerca Rafael Miranda” de marcar. A grande dúvida, no final das contas, é entre Bruno Mineiro e Branquinho. Com o primeiro, jogaria no 4-3-3, com o segundo seria o 4-4-2. Para não ficar em cima do muro, e como fico na dúvida se Bruno Mineiro é assim tão matador, registro uma pequena preferência pelo 4-4-2, meu primeiro palpite. Agradeço novamente aos atleticanos que participaram e até a próxima semana, quando espero que o Atlético figure com vinte e três pontos na tabela, longe da zona do rebaixamento.


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