Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

Em busca da dignidade perdida

18/08/2010


Panelas, incoerência, covardia, instabilidade, derrotas, medo... Infelizmente, são algumas das questões que não saem da pauta atleticana nos últimos tempos!

Desse jeito até parece que eu vou falar do nosso atual técnico, mas não vou! Até porque o assunto já foi bravamente discorrido pelos meus nobres colegas de site, isso sem esquecer, que apesar do papelão contra o Palmeiras, pelo menos até domingo não vão trocá-lo mesmo.

E, a bem da verdade, se o time se apresentar de forma convincente (o que todos nós esperamos!) a gente esquece de pedir a cabeça do cara e até elogia.

Sendo assim, tentarei não falar dele.

Pois bem, quem acompanha minhas colunas, já pôde perceber que dificilmente eu fico aqui surtando e incitando o leitor à revolta. A minha única intenção quando escrevo um texto é trazer algo de bom para o nosso Atlético e quem sabe uma inspiração para o seu torcedor.

As vezes reclamo, compartilho meu sentimento, relembro momentos especiais, critico, mas tento sempre plantar uma sementinha de esperança, porque essa esperança sempre reside e residirá comigo.

Não adianta, jamais perderei essa mania de acreditar no Furacão, seja lá qual for o momento que o time está passando, na alegria ou na tristeza, mesmo numa pior, sempre acreditarei que ele poderá vencer o próximo adversário.

E foi assim em tantas vezes, principalmente contra adversários supostamente superiores. Como não acreditar nesse Furacão que já venceu o Flamengo de Zico, o São Paulo de Kaká, o Corinthians do Ronaldo, recentemente o Santos dos festejados meninos da Vila e outros tantos grandes embates dos quais saímos sobrenaturalmente vitoriosos? Impossível!

Confesso: o jogo de sábado foi demais pra mim! Eu havia trabalhado o meu psicológico na tentativa de não me iludir muito, mas momentos antes do jogo eu já esperava que o time vencesse o Porco com um pé nas costas e de goleada. Só que não foi bem assim e o choque de realidade foi bem doloroso.

Juro, senti vergonha de ver o arremedo de Furacão que entrou em campo no Pacaembu. Me apavorei com o festival de horrores que se sucederam logo nos três primeiros minutos de partida e espero não rever isso nunca mais.

Poxa, a paixão que tenho pelo Atlético pode ter me deixado meio cega e iludida, tudo bem se não aplicássemos uma goleada, mas perder daquele jeito é inconcebível. Sobretudo pra um time que fede de tão ruim e que tem como zagueiro-mor aquele pulha do Danilo.

Me senti uma idiota! Era evidente que ele deixaria a sua marca se não fosse devidamente “cuidado”. O ódio que sentimos por ele é recíproco, com a única diferença que ele consegue usar isso ao seu favor! Enquanto o Danilo transcende a sua insignificância quando joga com o Furacão, a gente se acovarda.

E outra, essa questão Danilo deveria ter sido levantada na preleção. Manoel, por sua vez, teria que ter viajado com o grupo para que fosse vingado pelos seus companheiros. Dançassem a haka se fosse preciso!

Companheiros? Até quanto a isso tenho minhas dúvidas! Não sinto que temos uma equipe unida e imagino que esse fator influencie muito nos resultados dentro de campo.

Motivação? Não consigo imaginar um Clube que ofereça uma estrutura e uma torcida tão especiais para os seus jogadores quanto o Atlético. Então, alguém tem que me explicar o que desmotiva um jogador desses, pois eu ainda não descobri. Precisamos de um psicólogo? Bernardinho? Parece que sim...

O Furacão não pode ser prejudicado por teimosias, guerrinhas de vaidade, egos inflados e desculpas esfarrapadas. Já rolou a tal da pausa pra Copa, reforços vieram e onde estão os frutos?

Frivolidades à parte, a torcida quer e merece resultado! Se virem, arregacem as mangas e lutem nem que seja pela sua própria dignidade.

Então, depois desse desabafo, só posso dizer que estou meio desacreditada. Mas sei que isso logo passa, em breve já terei esquecido o fiasco de sábado e estarei mais esperançosa do que nunca e certa de que teremos uma bela apresentação atleticana!

Vale o registro: não podemos perder pontos em casa para ninguém e pra isso precisamos lotar a Baixada, ainda mais em dia de Super Mega Mosaico*! Então, no próximo domingo, façamos a nossa parte torcedor! Vamos arrancar os três pontos nem que seja na marra!

Ah! E até lá, espero também ter recuperado a esperança no nosso técnico. Principalmente, a de que ele não aprontará “das suas”...

Seguimos, em busca da dignidade perdida!

* No domingo chegue cedo, ocupe a sua cadeira e não esqueça que o Mosaico Furacão será realizado durante a execução do Hino Nacional.


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.