Paulo Perussolo

Paulo Roberto Perussolo, 36 anos, é estudante de Direito. Seguindo a tradição da família, acompanha o Furacão desde a infância, tornando-se cada vez mais fanático. Considera o Atlético mais do que um clube de futebol, um dos grandes amores de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2010 e 2011.

 

 

Pontos perdidos

09/08/2010


“Jogar na Baixada é sempre difícil, então o empate foi um bom resultado” – Fernandão, atacante do São Paulo, após a partida de ontem. Todos os adversários sabem que enfrentar o Atlético com o Caldeirão lotado é uma tarefa complicada, às vezes o time nem está assim tão bem em campo, mas os fanáticos torcedores rubro-negros não param de incentivar e acaba saindo uma ou outra jogada de ataque, a zaga adversária acaba batendo cabeça.

Perdemos dois pontos: é a única conclusão a que podemos chegar após o jogo contra o tricolor paulista. O Atlético fez um bom primeiro tempo, com muita pressão e maior volume de jogo, criando várias chances de gol. Em noite inspirada de Rogério Ceni estava difícil balançar as redes do adversário. O goleiro fez pelo menos três boas defesas, em lances de Nieto, Rhodolfo e Paulo Baier, impedindo a comemoração atleticana.

Ainda na primeira etapa o argentino Nieto tirou tinta da trave em uma perigosa cabeçada, que por sinal parece ser sua principal característica, já que com a bola no chão a primeira impressão que deixou é de ser um Pedro Oldoni com carimbo argentino. (Se o gringo marca em uma das oportunidades que teve, o rótulo seria diferente, claro: é pereba, mas matador). Guerrón não estava lá muito inspirado ontem, mas não seria prudente criticá-lo, vez que jogou isolado na ponta direita, quem aparecia de vez em quando para tentar alguma jogada por ali era o fraco Leandro. A diretoria precisa contratar com urgência mais um lateral direita.

Analisando o gol marcado pelos bambis, Manoel falhou feio, Chico e Vitor não estavam onde deveriam (um deles ao menos) e Neto poderia ter evitado (minutos depois fez uma grande defesa). Geralmente a falha individual não é a única responsável pelo gol adversário, e assim tem acontecido com o Atlético: um jogador do setor defensivo falha, os outros se posicionam mal, assim como foi contra o Fluminense, e agora contra o São Paulo.

Paulo Baier não fez uma partida brilhante, mas sempre se destaca com belos passes e jogadas que colocam os atacantes na cara do gol; ontem era para ser auxiliado por Netinho – sim, aquele mesmo que há anos freqüenta o CT do Caju todos os dias, que já recebeu dezenas de chances e não aproveitou e que já provou que não é jogador pro Atlético. O resultado disso? Baier como de costume ficou sobrecarregado.

Tem coisas no Atlético que é difícil de entender, principalmente a cabeça de Carpegiani. Nieto fez dois ou três treinamentos com bola e foi pro time titular, em detrimento de Alex Mineiro; Netinho era renegado pelo treinador, só havia atuado uma vez neste campeonato (ainda sob o comando do estagiário Leandro Niehues), e do além reaparece no time titular. Poderia até ter funcionado, já que foi deslocado para a ponta esquerda para auxiliar o lateral Paulinho, mas os dois não souberam aproveitar a avenida no setor direito dos paulistas. Paulinho não compromete, mas não cria jogadas de ataque para o time, por isso continua não convencendo que joga mais do que Márcio Azevedo, ainda no CECAP. Ele deve ser mais arrojado, arriscar o drible, buscar o fundo, e não recuar toda vez a bola (muito menos para o goleiro Neto, né Paulinho?).

O destaque positivo do jogo vai para Maikon Leite, que entrou e mudou a história do jogo. O atacante ocupou a ponta esquerda e com muita velocidade criou as melhores chances do Atlético no segundo tempo. Em uma delas fez excelente jogada e marcou um golaço, empatando a disputa. Criou mais um lance claro de gol, sendo travado pelo zagueiro adversário quando marcaria o gol da virada atleticana, já no finalzinho do jogo.

Merece elogio também a grande festa proporcionada pelo Torcida Os Fanáticos. O jogo marcou a estréia de uma faixa gigante, possivelmente a maior do Brasil, além de um mosaico rubro-negro que “completava” a faixa (entendeu ou ta difícil, Tadeu Schmidt?). Por falar em mosaico, a Comissão de Mosaicos prepara um belo mosaico para o jogo contra o Flamengo, no dia 22 de agosto. Será o maior confeccionado na Arena, ocupando todos os setores do Caldeirão, exceto o setor Brasilio Itiberê, mas para isso acontecer você precisa colaborar. O custo para colocar a idéia em prática é alto e a Comissão vive de doações dos atleticanos. Faça você também parte de mais essa festa da torcida atleticana e ajude a Comissão doando ou participando da organização. O e-mail para informações é: equipe@mosaicofuracao.com.br.


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