Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

Mostra a tua cara

04/08/2010


Dia desses relembrei aqui a Libertadores/2005, os jogos épicos contra o Santos e os momentos mágicos vivenciados pelo torcedor rubro-negro naquele ano. E, tive a impressão de que essas lembranças deram sorte e pudemos ver dias atrás, contra o próprio Santos, um time com o espírito copeiro compatível com àquela disputa internacional.

Se falar de coisa séria deu sorte, não custa nada acioná-la novamente, ainda mais considerando que o nosso próximo compromisso é contra o time que menos simpatizamos na face da terra e, que em se tratando de destinatário de minha hostilidade está praticamente em pé de igualdade com os verdes, ou seja, o São Paulo.

Pra falar a verdade nunca enxerguei nada de interessante no time são-paulino, nunca vi muita coisa no Raí, jamais fui com a cara do Rogério Ceni, sempre achei a torcida deles meio estranha e, por mim, eles podem ganhar quantos títulos Mundiais quiserem que jamais me convencerão de que são um time de homens, assim como permanecerão - lá no estado deles - à sombra da tradição dos santistas, corinthianos e palmeirenses.

No entanto, bastaram alguns confrontos, jogos inesquecíveis, rusgas, discussões extra-campo, para transformarem o limbo em rivalidade eterna. E, aquela absurda proibição de trazer para a mística Baixada a final da Libertadores jamais será esquecida.

Na verdade, não vamos e não devemos esquecer dessa situação esdrúxula, porque é desse “trauma” que tiramos forças para lutar não só contra eles, mas contra qualquer outro tipo de injustiça.

Imagino o que teria sido esse jogo, algo tão grandioso quanto o que nos colocou na semi-final do Campeonato Brasileiro de 2001. Mas o futebol e a história rubro-negra foram cerceados desse capítulo, por pura covardia.

Mas essa é a cara do São Paulo! E não tem nada que o retrate mais do que essa fuga do Caldeirão, uma definição de Campeonato nas “entrelinhas”, coisa que corresponde bem ao seu estilo, assim como surrupiar jogadores e adquirir outros de caráter mais-do-que duvidoso...

Dói, porque ainda naquele ano tivemos a prova de como tudo poderia ter sido diferente e mostramos a eles o Campeão moral da Libertadores de 2005.

E por falar em vitória, a qual deverá ser perseguida desesperadamente no próximo domingo, quero relembrar o ano sagrado de 2001!

Ah, 2001...

Atlético 2x1 – 05/12/2001

A máquina rubro-negra entra em campo com a inesquecível formação: Flávio, Gustavo, Nem, Rogério Corrêa, Alessandro, Fabiano, Cocito, Kleberson, Adriano Gabiru, Alex Mineiro e Kleber Pereira.

Apesar de consciente das dificuldades que o time enfrentaria, a torcida compareceu a Arena da Baixada disposta a apoiar muito o Furacão e conduzi-lo até a vitória! Não havia espaço para a incredulidade, no fundo todos sentiam que o nosso maior sonho estava prestes a ser realizado, bastava manter o foco!

As duas equipes apresentavam um bom toque de bola e os goleiros foram bem acionados. Flávio “Pantera” de um lado e o Ceni de outro, demonstrando que aquele jogo seria definido no detalhe. Jogando daquele jeito que atleticano gosta, em velocidade e firme na marcação, o rubro-negro se impôs e abriu o placar com o “Incendiário” Kléber.

Pra dar mais emoção ao embate, o tricolor reagiu, empatando após cobrança de pênalti. O que não foi suficiente para diminuir o ímpeto atleticano. Não nos abatemos e fomos pra cima...

E quase aos quarenta do segundo tempo, brilha a estrela de alguém que naquele ano alcançou o status de ídolo: bola no ataque atleticano, Gustavo chutou cruzado, o goleiro são-paulino espalmou e a bola caprichosamente buscou os pés do artilheiro Alex Mineiro que, sem titubear, estufou a rede e colocou o Atlético na semi-final do Brasileirão.

Talvez, naquele momento, nós nem conseguíssemos nos dar conta da importância daquele gol, mas foi ele que cumpriu mais uma etapa do sonho e fez com que o Alex desse mais um passo importante para a sua imortalidade.

Então, com essa lembrança boa, aliada com a necessidade de vitória - não só pela condição imposta pela tabela, mas por todos os motivos que todos nós atleticanos sabemos de cor - eu ressalto o meu pensamento positivo e convoco a torcida para construir mais um episódio histórico.

Temos a obrigação de mostrar, mais uma vez, que independente da situação, do ano, do campeonato, do esquema tático, ou do que quer que seja, que teríamos vencido aquela final! Tal como fizemos em 2001 ou no próprio ano de 2005 pelo Brasileirão.

Quero que o Furacão mostre a sua verdadeira cara, que jogue com a raça e com a dedicação que lhe são características. E, que dessa forma, possamos sair da nossa Baixada honrados e de cabeça erguida!

Mostra tua cara de vencedor meu Furacão!


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.