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Ana Flávia Weidman
Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!
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Para voltar a sonhar
03/08/2010
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Todos nós, atleticanos, estamos nos perguntando: o que podemos esperar deste time? Desde o mais otimista até aquele que acha que está tudo errado, todos, sem exceção, estão fazendo as suas projeções. É inegável a melhora apresentada pelo time nas últimas partidas. Estamos mais equilibrados e criando situações de gol com frequência. Ainda cometemos erros bobos, os quais coloco na conta da imaturidade de alguns jogadores. Mas no geral, hoje, somos um time bem melhor do que aquele que estreou no Brasileiro. Agora, esse grupo é qualificado o suficiente para nos dar um final de ano mais tranquilo?
Permitam-me compartilhar algo do mundo feminino com vocês. Se tem uma coisa que nos deixa extremamente chateadas é a tal da frustração. Qual mulher nunca idealizou uma noite inesquecível ou aquele pedido de casamento ao som de violinos? Em nossa mente, visualizamos cada detalhe do acontecimento que está por vir e a expectativa nos consome. Acontece que, por vezes, esse dia nunca chega. Ou se chega, não é nada daquilo que sonhamos. Aí ficamos frustradas. É triste. Dói. Demoramos a superar. Prometemos, então, nunca mais criarmos expectativa com nada nessa vida.
O Atlético já me frustrou demais. A maior de todas, sem dúvida nenhuma, a mais dolorida, foi aquela partida contra o Vasco em 2004, lá em São Januário. Depois daquele jogo incrível contra o São Caetano na Baixada, lembro de falar para o meu, na época, namorado: "mais uma semana e eu terei duas estrelas douradas aqui na minha camisa." Durante a semana eu fiz duas estrelas de papelão, encapei com papel dourado e sonhei. Ah, como eu sonhei! O final da história todo mundo sabe e a segunda estrela ainda não veio. No ano seguinte, mais uma frustração daquelas para deixar qualquer mulher depressiva: a final da Libertadores.
Desde 2006 tento não criar mais expectativas com o Atlético. Apenas curto o momento! De lá para cá procuro me preservar de qualquer possível frustração com o time. Se não crio nenhuma expectativa, não tenho do que me queixar depois. Assim, conservo o meu coração e economizo algumas lágrimas. É chato viver assim, mas cansei de sonhar com algo que nunca acontece. Para evitar o sofrimento, tenho me dedicado a analisar os números, desempenho dos jogadores, esquemas táticos. Algumas vitórias ainda me fazem sonhar, porém isso fica bem lá no fundo da alma. Deixo de lado a expectativa e logo volto à realidade atleticana recente.
Tive a sorte de trabalhar durante alguns meses com um grande atleticano, aquele tipo de pessoa que você – torcedor rubro-negro, logo pensa: “Esse daí só podia ser atleticano!” Sabe aqueles caras que nunca poderiam ser coxas? Então, o Eduardo é um desses. Um otimista por natureza. Um sonhador. Um cara que repreendeu várias vezes o meu estado desanimado de espírito. O Eduardo criava a maior expectativa quando se especulavam reforços. Ele falava e eu já imaginava os gols, as jogadas, os títulos! Ele sempre analisou as questões do Atlético com equilíbrio, otimismo e animação! E hoje me falta essa injeção de ânimo.
Mesmo não sendo aquilo que eu acredito, mas sendo verdadeiramente aquilo que eu gostaria de sentir, creio que poderemos fazer um final de brasileiro digno. No próximo domingo teremos uma daquelas partidas que me faz voltar a sonhar! Para mim, todo jogo contra os bambis é uma nova oportunidade de mostrar a eles que, tivesse aquele primeiro jogo da final da Libertadores em 2005 acontecido na Arena, e tudo aquilo que eu sonhei teria acontecido. Prá cima deles Furacão!
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