Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Fragmentos

28/07/2010


Que diferença teve o Atlético na derrota em casa diante do Cruzeiro e na vitória exatamente uma semana depois no mesmo local diante do Santos? Ouvi a imprensa “descendo a lenha” em Carpegiani, Alex Mineiro e no comportamento do time, mas vi quase o mesmo jogo nas duas circunstâncias.

Diante do Cruzeiro, uma equipe mais encorpada e com uma defesa muito melhor que a santista, vimos o goleiro Fábio ter uma atuação de gala e no primeiro tempo dois erros da arbitragem que não nos colocaram à frente do placar: o gol mal anulado de Bruno Mineiro e a não marcação de um pênalti quando a bola bateu acintosamente no braço de um cruzeirense na barreira após cobrança de falta de Paulo Baier. Sofremos um gol infantil no apagar das luzes da primeira etapa e daí faltou um pouco de calma durante toda a etapa complementar.

Mas boa parte de nossa imprensa só comenta sobre o resultado, daí é fácil. Assim como é fácil e virou moda escolher quem se esculhamba, como se o torcedor fosse cego e não visse que a pegação no pé do eterno ídolo Alex Mineiro tem um “q” de doentio, assim como a lembrança de que num clássico, há 15 anos atrás Carpegiani inventou um beque de centroavante, como se tivesse sido essa a única colaboração deste no comando técnico de uma equipe, se esquecendo seus títulos, as revelações que ajudou a lapidar e da campanha heróica da seleção paraguaia sob seu comando em 1998 na Copa do Mundo.

Segue o Atlético seu rumo, mais tranqüilo, com um time mais equilibrado e principalmente convencendo dentro de campo fazendo com que as peças se encaixem, que Paulo Baier volte a jogar como um menino, com Rhodolfo e Manoel recuperando a confiança e dando uma guarida para que os recém chegados Vitor, Paulinho e Maikon Leite se soltem a mostrem seu potencial.

INSISTÊNCIA

Era estranho, passou a ser irritante e hoje em dia chega a ser engraçado o tratamento que nossa imprensa dá ao Paraná Clube. A pretexto de uma tal “isonomia”, palavra da moda entre coxas e paranistas, fazem do time das diversas vilas e das várias camisas coloridas algo que ele não é. Superdimensionam o Paraná dando-lhe o mesmo status de grande que pertence a dupla Atletiba.

O espaço que o tricolor tem no noticiário é desproporcional ao seu tamanho, à sua torcida e sua importância. Dia desses comentavam em um programa de rádio que times com grandes torcidas como Bahia, Sport e Coritiba não poderiam estar fora da elite, por terem tradição e lotarem sempre seus estádios (?) e questionavam o que um Grêmio Prudente (outrora Barueri), Santo André ou a Portuguesa acrescentavam à primeira divisão. Nada, segundo eles.

E o Paraná, acresce o que à elite?

COPA DO MUNDO

O choro é livre, mas chega a ser cômica a falta de argumentos dos contrários à realização da Copa 2014 em nossa cidade. Curitiba não poderia abrir mão de sediar um evento dessa magnitude e quem não entende isso ou é muito mal intencionado ou burro mesmo.

Pior ainda são órgãos de comunicação local darem voz ao tal “Plano B”, insistirem na tese do Pinheirão fechado, penhorado e cujo maior credor é coincidentemente o Atlético, e ver especialmente os coxas defendendo o estádio que por anos foi tido por eles como maldito, pior do mundo, longe, frio e desconfortável.

O clube que se preparou há mais de década para ajudar a Prefeitura e o Estado a receber uma Copa do Mundo merece sim algum bônus, já que até o momento tem arcado sozinho com o ônus de tudo isso, inclusive com o famoso autofagismo curitibano e principalmente a falta de colaboração de seus pares e declarada torcida contra. Agora contrários, chupem os dedos!

ARREMATE

“...rumo (...) ao desinteresse mútuo. A solidão sem companhia me parece mais digna e isso me reconcilia...” - Chá das cinco com o Vampiro; MIGUEL SANCHEZ NETO


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