Ana Flávia Weidman

Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!

 

 

Quando tudo vai bem

27/07/2010


Não é fácil ser torcedor. E olha que eu não estou falando somente dos torcedores de futebol. Em qualquer esporte você sempre encontrará torcedores aflitos, chateados e sem esperanças. O torcedor-sofredor da vez são os apaixonados pela Fórmula 1. Quando Felipe Massa praticamente parou a sua Ferrari deixando o bicampeão do mundo, Fernando Alonso, com caminho livre para a vitória, tenho certeza que não foram poucos os torcedores que bradaram indignados: “Eu não vejo mais essa palhaçada!”; “Nunca mais acordo de madrugada para assistir aos treinos!”; “Bom mesmo era o Piquet!”

O esporte profissional, por vezes, dá nojo. Os grandes contratos, os interesses dos patrocinadores, o business, isso tudo tem, dia após dia, tirado todo o atrativo das grandes disputas. Tudo bem, eu não sou nenhuma bobinha, tenho plena consciência de que são os patrocinadores que bancam os grandes craques, os grandes jogadores, os grandes técnicos e os grandes eventos. Puxa, mas tudo tem limite (será?). Vejam o impasse para definir o novo técnico da seleção. Quem estava ao lado do presidente do Fluminense quando foi anunciado que Muricy ficava no time? O patrocinador. E assim, aos poucos, o dinheiro, a bufunfa, o ‘faz-me-rir’ vai entrando em campo, acelerando na pista, suando na quadra e acabando com o encanto que o esporte ainda nos proporciona.

Por falar em encanto, como é bom torcer pelo Atlético quando a fase é boa! Quando tudo dá certo. Ou quando tudo parece caminhar bem. É bem verdade que esse time ainda não encantou, mas tivemos duas vitórias consecutivas e fizemos dois bons jogos. Tivéssemos um centroavante em boas condições, teríamos feito uns 8 gols nas últimas duas partidas. Não, não vou me iludir achando que “agora vai” nem farei contas para chegar à Libertadores. Agora, que é gostoso sair de casa para trabalhar e azucrinar o porteiro coxa, isso é! O Campeonato Brasileiro é longo, difícil e o nosso time, até que ele mesmo nos prove o contrário, é fraco. Torço para que ao longo da competição esse grupo cresça de produção e se acerte. Temos alguns reforços que ainda não estrearam e espero que eles deem mais qualidade ao grupo.

Essa pequena maré de vitórias nos dá um novo ânimo. Não esconde a fragilidade do time, entretanto, nos dá esperanças de que, com seriedade e empenho, um time fraco pode se tornar um time equilibrado e fazer um campeonato decente. Temos um jogo duríssimo pela frente contra o time das grandes viradas de mesa. Um empate não deixa de ser um mal resultado, mas todo mundo sabe que time que joga para empatar, perde. Penso que se repetirmos a armação tática da partida contra o Santos, com uma linha de quatro atrás, no esquema da moda, o 4-2-3-1, temos grandes chances de voltar desse tour fora de casa com 6 pontos na bagagem. Repito, se trouxermos 4, estará de bom tamanho.

A sequência de vitórias fez um bem danado a todos nós! Dá um pouco mais de confiança aos jogadores, mais tolerância com o treinador e mais esperança no coração do torcedor! Acredito que somente ao final do primeiro turno vamos ter uma idéia real do que o Atlético será capaz de fazer este ano. Até lá, ficamos aqui, torcendo para que a boa fase volte definitivamente ao time rubro-negro.


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