Paulo Perussolo

Paulo Roberto Perussolo, 36 anos, é estudante de Direito. Seguindo a tradição da família, acompanha o Furacão desde a infância, tornando-se cada vez mais fanático. Considera o Atlético mais do que um clube de futebol, um dos grandes amores de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2010 e 2011.

 

 

O Furacão voltou?

26/07/2010


Duas vitórias seguidas, adeus zona do rebaixamento, uma atuação brilhante contra o Santos, outra eficiente contra o Goiás. O Furacão voltou? Um passo de cada vez, atleticano. É impossível não se empolgar, mas o Brasileirão disputado por pontos corridos fornece essa emoção e transição a cada rodada. Do céu ao inferno em minutos, quando vários jogos são disputados ao mesmo tempo. Vale comemorar a nossa evolução sim, mas sem descuidar das outras equipes.

Contra o Santos, Carpegiani percebeu que fazer o feijão com arroz era o ideal pro momento; deixa o ovo frito e a couve pra depois, “professor”! Sacou Fransérgio, que infelizmente não correspondeu nos jogos anteriores, para a entrada de Vitor, grata revelação nesse pacote de reforços. Volante moderno, que marca com eficiência, acompanha todas as jogadas e ainda tem a virtude de sair pro jogo vez ou outra, qualidade rara entre os volantes. Vitor é um dos grandes responsáveis por esse novo Atlético. Ainda tem muito a evoluir, entrosar, mas é um grande jogador, justificando o contrato longo com o clube (até 2013).

Outra alteração do treinador para o jogo contra o Peixe foi a entrada de Alex Mineiro, o ídolo rubro-negro. O atacante fez seguramente a sua melhor partida desde o retorno ao Atlético, no ano passado. Correu como um menino, parecia até o velho Alex marcando a saída de bola, tabelando, finalizando e participando de quase todas as jogadas de ataque da equipe. Com ele em campo a bola permaneceu por muito mais tempo no setor ofensivo do Atlético, Paulo Baier subiu de produção e a equipe criou várias chances de gol.

Foi um verdadeiro show! Os vários “turistas” que estavam na Baixada para ver os “meninos da vila” viram um espetáculo dos “tiozinhos da Baixada”. Uma atuação de gala para embalar no campeonato. E parece que realmente deu resultado, já que contra o Goiás a equipe novamente entrou bem postada e conseguiu mais uma vitória, deixando a zona de rebaixamento para trás.

Carpegiani repetiu a formação que derrotou o Peixe, promovendo apenas o retorno de suspensão de Manoel no lugar do suspenso Rhodolfo. A zaga não perdeu nada em qualidade, pelo contrário, quem ganhou foi a equipe, já que Manoel foi o autor do primeiro gol atleticano no Serra Dourada. Após bela assistência de Bruno Costa, este que merece um parágrafo a parte, Manoel fez de cabeça e abriu caminho para a segunda vitória consecutiva do Furacão.

Bruno Costa merece um parágrafo só pra ele por ter sido muito criticado, inclusive por este colunista, e agora dá a volta por cima. Contra o Santos, além de fazer o primeiro gol, correu e marcou incansavelmente, e ainda ajudou a equipe no ataque como “elemento surpresa” pelo lado esquerdo; contra o Goiás foi novamente muito firme na defesa e voltou a ajudar o ataque cruzando para o gol de Manoel. O caminho natural das coisas é a escalação de um trio de zagueiros formados na base para a sequência: Rhodolfo, Manoel e Bruno Costa.

A equipe do Goiás só levou perigo pelo lado direito, onde Paulinho atua mais avançado e Chico teve uma atuação um pouco abaixo da média, já que não conseguiu fazer a cobertura no setor. Paulinho parece ser um jogador de potencial, mas precisa se soltar, em várias jogadas parece temer o drible e recua a bola, além disso, tem que aprimorar um fundamento básico: o cruzamento. Se o antecessor Márcio Azevedo cruzava mal, Paulinho ainda não mostrou que é melhor, apesar de ter subido de rendimento na segunda etapa das duas últimas partidas. Quem sabe com a sequência de jogos que terá justifique a eleição de melhor jogador da posição no Campeonato Gaúcho.

O importante é que a equipe encontrou um padrão de jogo. Carpegiani, que voltou perdido após a parada para a Copa do Mundo, dá mostras de que colocou a cabeça no lugar, tem feito o lógico, sem invenções. Pouco importa como a imprensa define o esquema tático do time. Que diferença faz se é um falso 3-5-2, ou se é o moderno 4-2-3-1 que apresenta variações durante a partida? Os resultados começaram a aparecer, e precisam continuar para abandonar de vez a fuga do rebaixamento e pensar em algo mais no Brasileiro. Teremos um jogo difícil contra o Fluminense fora de casa, jogo que pode marcar a estréia do equatoriano Guerrón. Será uma verdadeira prova de fogo para a equipe atleticana. Temos que jogar para vencer, mas um pontinho na bagagem poderá ser considerado um bom resultado.


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