Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Pós-operatório

19/07/2010


Pela segunda partida consecutiva, o Atlético é prejudicado de forma veemente pela arbitragem. Contra o Cruzeiro, um gol mal anulado e um pênalti não marcado, quando o jogo ainda estava 0x0. Diante do Vasco, uma expulsão absurda, um pênalti inventado combinado com um cartão amarelo (que depois causaria nova expulsão).

Não sou regularmente adepto de teorias conspiratórias - e até por isso não escrevo com frequência sobre arbitragens. Mas a sequência de erros carece de um mínimo de razoabilidade. Vale lembrar que na primeira rodada, o Atlético só perdeu para o festejado mega-líder-máximo-supremo Corinthians pela interferência direta do árbitro. Como disse meu tio Cid, "pelo jeito colaram um alvo nas nossas costas".

O mais triste é que enquanto a mídia do Brasil inteiro (inclusive a carioca!) apontou a bizarrice da arbitragem, a repórter da Gazeta do Povo viu um "empurrão" no pênalti em favor do Vasco e a Rádio Transamérica, além do pênalti, reportou que Chico foi corretamente expulso por uma entrada "maldosa", nas palavras de Jairo Silva.

Fragilidade

Se as arbitragens não nos impedem de perceber a fragilidade do time atleticano, também não nos permitem uma análise efetiva da sua atuação. Como avaliar uma equipe que desde os 30 do primeiro tempo joga com nove?

O que me parece mais notável, por ora, é a confusão na cabeça do técnico. Contra o Cruzeiro, escalou um lateral-esquerda no meio, deixando Branquinho no banco. E mexeu muito mal ao sacar Alex e Vitor, enquanto Bruno e Fransérgio mostravam pior rendimento. Ainda não definiu um esquema tático, e mostra pouca coerência entre as formações usadas nos treinamentos e as escalações oficiais.

Ciuminho

Já há boatos sobre um suposto ciuminho dos jogadores com relação à contratação de Guerrón, que chegou com status de ídolo e em negociação envolvendo quantia significativa de dinheiro. Chega a ser revoltante, dá vontade de largar o esporte.

Se isso realmente aconteceu, essa boleirada tem mais é que tomar vergonha em suas caras e serem mais homens. Ao invés de invejar o sucesso dos outros, que se esforcem para obter progresso em suas próprias carreiras, ora bolas. Se mostrarem esse pensamentozinho pequeno e babaca, nunca evoluirão, e eventualmente seguirão os passos de outros pretensos craques, que saem para um "clube grande", para aí, logo depois, cairem na realidade do ostracismo.


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