Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Negócio de risco

16/07/2010


Um fracasso e um sucesso. O plano de sócios do Atlético já foi da ruína a glória. Enfrentou um momento de indignação do torcedor, quando cobrou um preço altíssimo e comemorou uma adesão em massa quando passou a praticar valores compatíveis com a realidade nacional, conferindo ao sócio o direito a voto nas eleições do clube.

Hoje o programa encontra um outro cenário, o da insatisfação com o produto oferecido.

Num primeiro momento o torcedor apoiou e resolveu dar um voto de confiança ao clube. Por pelo menos um ano relevou as atuações do time e mostrou a sua força com cadeiras esgotadas e fila de espera para novas adesões.

Hoje, com razão, o torcedor cansou e aos poucos abandona quem ele acreditou que por pelo menos duas horas o faria esquecer o trabalho, os problemas e lhe daria um pouco de alegria.

Sempre que posso peço para que o torcedor jamais abandone o clube, mas agora começa a faltar argumentos para evitar a fuga de alguém que esta descrente e não vê perspectivas de melhora.

Três anos lutando para não cair, com atuações abaixo da média, vendo em campo atletas que parecem desmotivados, mesmo contando com uma das melhores estruturas do Brasil, conferem total razão a quem decidiu abandonar o barco.

A partir do momento em que optou por tratar o futebol de forma secundária, o Atlético abriu mão de manter uma das suas principais receitas e com isso anda na contramão do planejamento de uma equipe de futebol.

Atualmente resta ao clube somente pedir desculpas ao seu apaixonado torcedor por tratá-lo apenas como um número e não como alguém que, enquanto teve paciência esteve ao lado da sua paixão, mas cansou de ser maltratado.


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