Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Chega de saudade

07/07/2010


Logicamente fiquei chateado com a eliminação do Brasil da Copa do Mundo. Chateado sim, triste não. A gente só perde aquilo que tem e na verdade não me sentia representado por Doni, Josué, Grafite e Felipe Melo, um sujeito que não engraxaria a chuteira do Cocito. Falta mesmo sentirei dos bares cheios de mulheres que se não gostam de futebol, ao menos na Copa estão ali ao nosso lado.

Assim como poderíamos ter ganho ou ao menos chegado mais longe na Copa porque temos camisa, tradição e um time que se não era brilhante era bom, perdemos porque nos faltou camisa e o time, ainda que bom, nunca chegou a ser brilhante.

Mas confesso: a minha pátria é o Atlético!

Por essa camisa, por essa bandeira eu sofro, discuto, choro, canto, grito e comemoro. Essa camisa eu visto toda semana, não a cada quatro anos. Por essa bandeira eu já atravessei fronteiras, já desafiei o incerto, já me confortei ao longe, já me desesperei tão perto. Essa sim é uma camisa que só visto com amor.

Fiquei mais triste com a perda do Atletiba e do título este ano do que a derrota diante da Holanda semana passada.

E estou com saudade. Saudade de vibrar e me emocionar ao ver a virada sobre o Botafogo depois de levarmos 2 X 0 fácil em casa. Me emociona muito mais a câimbra do mastro Paulo Baier dando carrinho no final da partida que a finta boba e sem avanço de Robinho. Prefiro ver a dureza com que o garoto Neto impõe à sua defesa do que o “melhor do mundo” Julio Cesar pipocando na hora H. Me salta aos olhos a frieza com que Alex Mineiro põe a bola pra dentro do gol mais do que a frieza em campo do bom menino Kaká.

O Atlético é minha pátria e estou louco de saudades de voltar ao estádio, cantar, vibrar e me emocionar. O Atlético está aqui perto, próximo dos olhos e dentro do meu coração. Diferente de uma Seleção formada por “estrangeiros” que se escondeu no nosso CT, que fugia de seus próprios torcedores na África, que não foi composta por homens que encarassem a galera na volta da Copa, uma Seleção que é divorciada do seu povo.

Uma Seleção que jogou um futebol que só não foi mais chato que o som das vuvuzelas. Reitero a campanha lançada pelo amigo Campelo: torcedor com vuvuzela no estádio, volta com ela dentro do próprio corpo.

PALPITE DA COPA

Ainda que o futebol alemão seja de encher os olhos, minha certa descendência espanhola me fará torcer pela “Fúria”. Ambas porém merecem estar lá entre as melhores.


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