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Luiz Eduardo Xavier
Luiz Eduardo Xavier de Lima, 52 anos, é um dos fundadores da Furacao.com.
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2001: uma odisséia na Arena
24/12/2001
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Quem imaginava que em 2001 a humanidade estaria desbravando o universo sombrio e infinito, em busca da chave para a sua existência, enganou-se. Ao invés de naves, IA ou contatos imediatos, em 2001 a humanidade presenciou o nascimento de mais uma estrela na via-láctea; a estrela do primeiro campeão brasileiro do século XXI: o Clube Atlético Paranaense.
Infelizmente Stanley Kubricko - um dos mais interessantes cineastas dos últimos 30 anos, autor de 2001: A Space Odyssey - não está mais neste plano desde 07 de fevereiro de 1999, quando faleceu aos 70 anos na sua casa em Londres. Stanley Kubricko não teve a chance de vivenciar este fenômeno apelidado de Furacão, sendo impedido de assistir à conclusão de sua obra iniciada em 1968.
O rubro-negro paranaense vem em busca desta estrela há muito tempo, mas a busca tornou-se efetiva somente a partir de 1995, quando o visionário Mário Celso Petraglia assumiu a presidência do clube. Foram anos difÃceis, onde barreiras foram vencidas e paradigmas quebrados. O Atlético precisou lutar contra tudo e contra todos; imprensa do eixo, arbitragem, descaso, desmandos, além de matar um leão por rodada em campo.
A escalada começou com o tÃtulo brasileiro da segunda divisão em 1995, onde mais uma dupla de atacantes consagrou-se no Furacão: Oséas e Paulo Rink. O segundo passo foi a construção do CT do Caju e da magnÃfica Arena da Baixada, que com méritos herdou o nome do antigo Joaquim Américo. Estava nascendo uma estrela.
O investimento em patrimônio obrigou o clube a vender seus principais jogadores, mas nem por isso deixou de montar equipes competitivas. Em 1999 terminou o brasileiro em nono lugar, classificando-se para a disputa do torneio seletivo à Taça Libertadores da América, que foi disputada em 2000. Estava nascendo o surpreendente "El Paranaense". Veio o tÃtulo do Campeonato Paranaense de 2000 e mais uma excelente colocação no Brasileiro daquele ano. O Brasil já enxergava o Atlético com outros olhos.
Chegou o ano de 2001 e com ele a certeza de mais um bom trabalho. Uma frase dita no inÃcio do segundo semestre deixou-me pensativo: "Este ano é nosso! Escreva o que eu disse". E escrevi. A frase de Loriano Modzinski, editor do site www.furacao.com, parecia prever o futuro do Atlético com uma certeza indescritÃvel. Mantendo os pés nos chão, procurei deter-me aos fatos e esperar mais um pouco.
Com o passar do tempo tentava analisar o que estava acontecendo; o Atlético jogava com "pinta de campeão". Jogadores como o Nem, Gustavo, Kleber e Flávio já tinham a certeza da conquista, sem obviamente deixar o respeito pelos adversários de lado. Ao classificar-se como o segundo melhor time do Brasil, o Atlético despertou o interesse de muitos e a inveja de poucos.
Na fase final o Furacão fez jus ao apelido; passou por cima de São Paulo, Fluminense e São Caetano sem deixar dúvida alguma da legitimidade de sua conquista. Ainda assim algumas pérolas foram ouvidas e lidas na crônica paulista, como: "O Atlético não possui nenhum jogador de seleção"; "O verdadeiro destaque do ano é o jogador Kaká do São Paulo, que foi agredido pelo violento Cocito"; "Final pequena, não terá audiência". Poderia escrever um livro somente com argumentos contra estas frases, mas estas pessoas não merecem tamanho desgaste.
O fato é que o Estado do Paraná tem mais um campeão brasileiro, o Clube Atlético Paranaense, o Clube Atlético dos Paranaenses. Um feliz Natal a todos os internautas da Furacao.com!
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