Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Entrevista exclusiva

24/08/2004


Hoje o leitor da furacao.com terá a chance de ler mais uma entrevista exclusiva. Além da entrevista com o craque Jackson, eu mesmo me entrevistei e abordarei aqui alguns temas a respeito do Atlético.

Eu: Honestamente, há chances reais do Atlético ser campeão este ano?
Eu mesmo: Creio que sim. Além de termos um bom time, não vejo nenhum bicho papão. Há muito equilíbrio que pode ser visto pela pequena diferença de pontos entre os 10 primeiros colocados.

Eu: E a venda de peças importantes e os desfalques?
Eu mesmo: Por ser um campeonato longo, é importante termos um elenco qualificado. Era um dos diferenciais que tínhamos em 2001. Igor ou Daniel serviam a contento, Ivan dava conta do recado, tínhamos Adriano ou Souza na espera e na frente o Adauto sempre resolvia quando não era o Ilan. Havia também o Geraldo, que atuava em várias posições. Hoje sinto esse dificuldade, mas o Levir deu um padrão de jogo ao time e isso é importante, porém deveríamos contratar.

Eu: Mas você sempre foi um crítico ao trabalho do Levir!
Eu mesmo: É verdade! Aliás, gostaria de aproveitar a oportunidade e me desculpar por algumas críticas mais duras que fiz. Como torcedor sou imediatista. Ele deu uma "cara" ao time e era uma coisa que nos faltava. Ainda o acho meio cauteloso demais, mas os resultados estão aí e ele prova que conhece, com certeza, muito mais de futebol do que eu.

Eu: Voltando ao time, quem você destaca nesse elenco?
Eu mesmo: Não sei se é pela idade, mas talvez consiga enxergar um algo a mais hoje em dia. Quando se é mais novo, a gente quer saber de gols, como os do Washington, de dribles como os do Dagoberto, de precisão como o Jadson ou de defesas espetaculares como as do Diego. Mas hoje também aprecio a eficiência de um Alan Bahia. Aliás, se há algo de bom no Mário Sérgio, foi ter redescoberto esse garoto e ajudado a lapidá-lo. Mas, na minha modesta opinião, o grande jogador desse elenco é o Fabiano.

Eu: Por quê?
Eu mesmo: Ele é preciso, eficiente, não inventa. Tem categoria, mas sabe a hora de dar chutão; não tem medo nem vergonha de dar bico pra fora do estádio quando é preciso. Mas principalmente pela liderança e serenidade que ele passa aos demais. Apesar de não ser alto para um zagueiro, está bem posicionado e sabe o que e a hora do que fazer. Muito da evolução e volta do bom futebol do Rogério, devoto a companhia do Fabiano.

Eu: E sobre suas constantes críticas à diretoria ?
Eu mesmo: Não gostaria de falar sobre isso agora! Não acho o momento apropriado.

Eu: Mas não parece oportunismo criticar quando o time não está bem e agora na boa fase esquecer tudo?
Eu mesmo: ................ (cara nervosa)

Eu: Ok, mudaremos de assunto. E sua perspectiva para o próximo jogo, que é um clássico, justo no ano em que o Atlético comemorou seu 80º aniversário e perdeu o título em casa?
Eu mesmo: Há coisas que só uma pessoa conseguiria fazer. Perder o título com uma campanha invicta, com o vice-artilheiro do campeonato, time com melhor ataque, melhor defesa precisando de dois resultados iguais e decidindo em casa, só o Mário Sérgio mesmo. Sem tirar o mérito adversário, mas acho improvável que voltemos a perder deles. Aquela final ainda me causa mal estar, chegou a hora da revanche na casa deles.

Eu: Alguma mensagem especial para o torcedor atleticano?
Eu mesmo: Gostaria que o torcedor tomasse consciência de sua importância. Se temos uma diretoria que não está nem aí para o torcedor, vamos mostrar cada vez mais que temos valor e merecemos a consideração deles. Domingo tem Atletiba, estamos entre os melhores e não vencemos lá há tempos. Chegou a hora da arrancada para chegarmos lá. E quem sabe não poder falar no final do ano para a torcida deles que temos o dobro de títulos nacionais que eles. Eu acredito!

Essa entrevista a mim mesmo foi concedida na tarde de terça-feira, dia 24/08/2004.


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