Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Opostos

23/06/2010


A doce e sempre simpática Irmã Wanda costumava contornar os casos em que era iminente algum arranca rabo na saída das aulas com um dos mais puros e singelos ensinamentos à crianças : “quando um não quer, dois não brigam”. Várias demandas foram evitadas com essas simples palavras que traduzem um pouco do verdadeiro estado de ânimo de ao menos parte de um dos protagonistas do quiprocó.

Muito se falou sobre a vinda da Copa, mas quem efetivamente manda no clube decidiu que não quer mais bancar, nem mesmo a sua parte. Uma pena! Infelizmente diminuímos de tamanho, reduzimos nossos sonhos e subtraímos ao menos a esperança que sempre nutrimos em nossos corações.

De nada adianta fazer a mobilização que seja se o titular da vontade atleticana, posto ter sido democrática e diretamente pelos sócios, desiste tacitamente e em público. Com Copa, sem Copa vamos tocar nossa vida, que pelo jeito será muito dura daqui pra frente.

Remando todos para o mesmo lado já estava difícil, imagine agora quando o comandante põe as armas no chão?

TIME

É lamentável que a direção acredite que este time possa fazer algo diferente do que vem apresentando desde janeiro. Na verdade (e me desculpem ser repetitivo), temos colocado em campo desde 2007 alguns jogadores sem a mínima condição de jogar num time campeão brasileiro, que conquistou seu espaço no cenário nacional a muito custo e que possui a estrutura que tem.

Chega a ser um desrespeito aos pouco mais de 14 mil sócios, que já foram em 23 mil e que não agüentam mais ver tanta mediocridade em campo e não só isso, uma impressionante inércia ou fé extremada da direção de que de repente, do nada esse time aprenda a jogar futebol. Uma hora cansa!

COPA DA ÁFRICA

Notícias da África do Sul dão conta de que a Copa poderia ser jogada no Brasil talvez até no “Tremendão” Couto Pereira. Os problemas nos estádios africanos são nítidos, mas especialmente a infraestrutura urbana das cidades está muito abaixo da esperada e principalmente, exigida pela FIFA.

Transito pra lá de caótica, extrema falta de informação, despreparo de voluntários e graves problemas de segurança fazem parte do contexto. Não duvido que se o Brasil não se agilizar e providenciar as melhoras mais que necessárias, a entidade internacional decida antes de 2013 mudar a sede para algum país onde tenha interesse em difundir o futebol e que tenham dinheiro e principalmente competência para fazer o que não conseguimos em seis anos. Austrália e Canadá brigariam por este vaga.

Quanto a nossa Seleção, vai desempenhando seu papel. Sem ser brilhante, como quase nunca o foi sob o comando de Dunga, deve chegar entre os melhores. Ganhar ou não ganhar a Copa depende de muitos outros fatores, mas o caminho para se chegar lá está sendo trilhado.

Desnecessário é Dunga ser tão ríspido como tem sido. Ele parece não querer ser campeão do mundo (de novo) em nome do país, para alegria da nação e fortalecimento do futebol brasileiro, mas sim para provar algo, para si mesmo, para esfregar na cara da imprensa o troféu. Mostra um descontrole não digno da posição em que se encontra, ainda que tenha em si uma mágoa (acho que eterna) pela extrema aspereza que e imprensa sempre teve com ele.

Por outro lado, se este é o preço em se acabar com os privilégios que o maior canal de tv sempre teve, por vezes até mesmo atrapalhando a Seleção, talvez valha a pena. Mas só se isso tudo resultar em título no final.

ARREMATE

Solange Henk, junte-se à D. Rosa no time celestial e continue a olhar por nós. Sua família, seus netos e especialmente o maravilhoso filho que deixou aqui entre nós sabem que seu lugar está garantido.

Aliás, junte-se à minha mãe por aí e reze pelo nosso time: precisamos muito!


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