Ana Flávia Weidman

Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!

 

 

Malucelli, qual será o seu legado?

22/06/2010


Muito já se disse sobre o assunto Copa do Mundo em Curitiba. Aqui mesmo na Furacao.com essa questão já foi debatida de maneira coerente e ponderada. Assim como grande parte dos atleticanos, eu desejo ver Curitiba uma das cidades-sede da Copa de 2014 da mesma forma como anseio ver a Baixada recebendo os jogos! No entanto, não é o Atlético quem tem que assumir sozinho todos os custos da festa. Já passou da hora de Estado e Município apresentarem uma solução viável. Não acredito que Curitiba ficará fora da Copa e muito menos que as nossas autoridades injetarão milhões em outro estádio que não a Baixada. Mas o alerta está ligado, da mesma forma como a FIFA vetou o Morumbi, a entidade máxima do futebol não hesitará em rejeitar o nosso estádio.

Acontece que no meio desse imbróglio surgiu a desastrosa entrevista do presidente Marcos Malucelli (MM). Em suma, MM disse que (a) descartaria a Copa, mesmo que os recursos fossem viabilizados, (b) que a vinda da Copa interessa a Mário Celso Petraglia (MCP) e (c) que terminaria a Arena para 36 mil pessoas sentadas.

A primeira situação decorrente dessa tenebrosa declaração refere-se ao fato de que ela é absolutamente contrária às promessas de campanha feitas pelo atual presidente. Das sete principais promessas feitas pela Chapa Coração Rubro-Negro (clique aqui), duas diziam que: 1) a Arena seria concluída para 40 mil pessoas e 2) a diretoria não abriria mão de trazer a Copa para a Arena. Ler que o nosso presidente terminará a nossa Baixada para 36 mil pessoas é ultrajante. É pequeno demais para os nossos anseios e para o tamanho da nossa torcida. Ainda, desprezar a Copa é contraditório. Ora bolas, porque então colocamos a disposição da CBF o CT do Caju e hospedamos a seleção brasileira? E os jornalistas estrangeiros, a exposição, o marketing “gratuito” e incalculável? O que mudou em tão pouco tempo?

A pior característica de um homem é não ter palavra, é não honrar o que promete. MM está trilhando um caminho perigoso descumprindo tudo que prometeu à nação atleticana. As chuteiras ainda não chegaram, a vinda da Copa já não faz mais diferença, a conclusão do nosso estádio pode acontecer de um jeito meia-boca e por aí vai. A continuar como está, MM será lembrado pela covardia com que atuou a frente do maior clube do Estado do Paraná.

Agora, a segunda circunstância temerária é a guerra declarada entre MM x MCP. Pelas declarações de Malucelli fica claro que o nosso atual presidente se deixou abalar pela oposição ferrenha encampada por MCP. Quando disse que a Copa interessava a Petraglia, quando disse que é seguidor dele no Twitter, MM dá demonstrações de que está se perdendo na presidência do Atlético. Malucelli está trazendo para dentro do CAP questões pessoais que só dizem respeito a ele e MCP. Se antes eram aliados e hoje estão em lados opostos isso não pode prejudicar o Atlético.

Temo que MM esteja com sua capacidade administrativa prejudicada devido a essa rixa estabelecida com MCP e não tenha condições emocionais de tratar dos assuntos relacionados a Copa em Curitiba e, por consequencia, na Baixada.

Pouco me interessa quem está ou não com a razão. Mas uma coisa é fato, MCP é o maior presidente que o Atlético já teve. Suas realizações são incontestáveis e foi sob a sua batuta que comemoramos nossas maiores conquistas. MM corre o risco de ser lembrado como o presidente que tirou a Copa da Arena.

Será que é pedir demais uma trégua? Pelo bem do Atlético e de todos os paranaenses.


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.