Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Acerto de contas

18/06/2010


Há pouco mais de 2 anos o Atlético anunciou, de forma pouco amistosa, que passaria a cobrar das emissoras de rádio interessadas em realizar a transmissão das partidas do clube. O assunto ganhou as manchetes em todo o Brasil, travou-se um queda de braço entre as emissoras e o clube, as rádios foram a justiça e o tema acabou caindo no esquecimento, com o clube não podendo efetuar a cobrança.

Copa do Mundo rolando, Atlético um mês na zona do rebaixamento e não há momento melhor para trazer esse assunto à tona novamente.

Apenas 19 emissoras em todo o país estão levando, aos seus ouvintes, o som da vuvuzela, nas ondas do rádio. Todas elas pagaram para adquirir os direitos de transmissão da Copa do Mundo, junto a Rede Globo, detentora dos direitos das Copas de 2010 e 2014.

Com isso lucram: a FIFA que vendeu a transmissão para a Rede Globo, que vendeu os direitos para as emissoras de rádio, que negociaram sua cotas com os anunciantes, que estão expondo sua marca em um evento de grande repercussão. Uma cadeia em que todos faturam.

Agora a pergunta que não quer calar é porquê para transmitir a Copa do Mundo nenhuma emissora foi a justiça?

A única diferença entre um evento esportivo como a Copa do Mundo e o Campeonato Brasileiro, ou qualquer outro é a amplitude que cada um alcança.

Nos últimos 15 anos, tanto o Atlético como a estrutura comercial no futebol evoluíram consideravelmente, um prova disso é o salto no valor pago pelas emissoras de televisão para transmitir o Campeonato Brasileiro.

A cobrança dos direitos de transmissão das rádios está muito perto de acontecer, claro que com valores mais razoáveis, mas quero ver o que irão falar as pessoas que vociferavam contra a ação do Atlético em 2008.

Quero ver se deixarão de lado um negócio rentável, ou passam a entender que assim como eles, os clubes também tem o direito de lucrar em algo que eles movem e são os principais agentes de uma engrenagem muito maior que a opinião de um comentarista, um narrador ou um repórter.


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