Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Brincadeira

09/06/2010


Logo chegam as férias escolares e com ela muda a programação das emissoras de tv, especialmente a tarde com os filmes que já passaram dezenas de vezes, mas que sempre valem o repeteco. Alguns a gente acaba vendo sempre como os já clássicos “Curtindo a vida adoidado” ou “Quero ser grande”. Eu veria de novo “Caravana da Coragem” ou mesmo a série do “De volta para o futuro” com muito gosto. Dentre esses filmes, meio bobinhos, entretenimento familiar somente o Atlético parece se inspirar no “Tal pai, tal filho”.

A bem da verdade existem mais uns dois ou três filmes com basicamente o mesmo enredo. Pai e filho, geralmente um tanto distantes ou vivendo separados, acabam trocando de corpo um com o outro, vítimas de alguma poção mágica, desejo latente (e vingativo) do filho pela ausência do pai, sempre ocupado ou algo que o valha. Assim, o jovem rebelde passa a ter que trabalhar, negociar, viver a vida do seu responsável pai, já adulto, enquanto o maduro senhor volta a ter os problemas e complicações típicas da tenra idade da descoberta de um mundo novo.

O Atlético crê que haverá uma fórmula mágica para fazer um time menos que mediano se transformar num bom time. A direção atleticana, talvez possuidora de alguma poção mágica que eu desconheça é crente que basta a estrutura do CT do Caju, uma boa dose de sorte e voilà: nascerá um time vencedor!

Do nada, sem ter feito uma única contratação que possamos chamar de reforço quiseram que o time que tropeçou e nos envergonhou durante todo o Brasileiro passado fosse abduzido por alguma força sobrenatural e voltasse para a pré temporada em janeiro sabendo jogar bola. Pior, se resgatarmos o tempo, veremos que o time que terminou mal em 2007, escapando da degola nas rodadas derradeiras e com dois dos principais jogadores do elenco como Claiton e Ferreira sendo negociados sem que se trouxesse ninguém para substituí-los ganharia o estadual ou faria um Brasileiro decente naquele ano.

Não satisfeitos, vivemos um verdadeiro purgatório em 2008, mais uma vez escapando com fatores como a bola parada, o carisma de Geninho, o pacto com a torcida, a vinda de alguns jogadores que bem ou mal qualificaram o elenco como Rafael Moura e especialmente o pagamento do “bicho molhado”, grande incentivo para o time meter cinco no Flamengo na última rodada e escapar de novo do iminente rebaixamento. E qual o castigo para o elenco? Permanecer no CT do Caju, recebendo em dia, com todo o isolamento que os faz longe da dura realidade da torcida e a esperança de que do nada um time ruim aprenda a ser bom.

Carpegiani vai ter muito trabalho pela frente. Mas pode trabalhar o dobro, o triplo, em três turnos por seis vezes na semana que logo atinge um limite. Até porque nosso limite é baixo, vide ele sequer ter efetuado as três substituições a que tinha direito diante do Vitória quando fizemos uma boa partida e poderíamos ir em busca da vitória, por completa e absoluta falta de opções com o mínimo quilate para isso. Urgem contratações que cheguem para jogar, mas infelizmente vamos com mais apostas do interior paulista e do Paraguai.

Custei a acreditar que aquilo que uns falavam se concretizaria. Esperar a parada da Copa para começar o ano já se mostrou um desastre em 2006, mas agora pelo menos o comando técnico foi mudado para que o novo treinador fique durante os pouco mais de 30 dias do torneio já tentando dar a cara que deseja ao time. Mas sem um mínimo de qualidade superior ao que vemos desde 2006, não é treinador e nem treino que dê jeito. Uma hora cansa de repetir o mesmo, só eles é que não conseguem enxergar isso.

Parece brincadeira!

ARREMATE

“Conforto alucinante, tranquilidade na clareira do caos/
O ponteiro, ele rodou mais rápido no mesmo relógio de ontem”
. Meu mundo - OTTO


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