Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Preço do amadorismo

08/06/2010


O Atlético de Carpegiani é outro. Impressionante os reflexos de um comando técnico. O time, da noite para o dia, transformou-se dentro de campo. Transformou a sua postura, o seu comportamento e a sua atitude. Engoliu o Vitória em Salvador e fez o melhor jogo desde o início do brasileirão, mas foi maltratado pela falta de sorte e castigado pelo famoso erro de marcação.

Ainda questiono se realmente o Atlético foi tão melhor contra o Vitória, ou se estávamos mesmo carentes há tanto tempo de, no mínimo, um bom futebol dentro de campo. Com tudo o que o Atlético possui, talvez não tenha feito na Bahia mais do que sua obrigação: jogar bem. O resultado bem sabemos, que por se tratar de futebol, nos reserva surpresas, e nem sempre o melhor vence.

O que não pode acontecer é o julgamento da situação atual do Atlético com base no último jogo. O Atlético não passará 30 dias ou mais na zona de rebaixamento apenas pelo motivo de ter sido derrotado em Salvador, mas sim pelo motivo de estar agora, e SÓ agora, tentando arrumar a casa. Assistir a Copa do Mundo entre os quatro piores times do campeonato brasileiro nada mais é que pagar o preço pelo amadorismo praticado pelo clube a partir do início da temporada.

Por não ter vencido o torneio regional, ser desclassificado na Copa do Brasil, ter um paranista em nosso departamento de futebol e como sempre, por ter mantido a mesma política burra de contratações que vem adotando há mais de quatro anos, a parada para o campeonato mundial não poderia ser diferente. Estava escrito.

Nossa equipe agora tem um modelo de time de futebol, pois antes era apenas um amontoado comandado por Leandro Niehues, o “parceiro” da diretoria. Mas é só. Para se almejar alguma coisa e para que seja desfeita a imagem de um time de segunda divisão, é preciso muito mais. Muito mais qualidade, muito mais trabalho, muito mais preparo físico, muito mais conversa, muito mais determinação, muito mais profissionalismo.

Trabalho, trabalho, trabalho. É o que o Atlético mais terá nessa parada para a Copa. Nós continuaremos aqui, esperando resposta.


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