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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Sou como São Tomé, tenho que “ver pra crer”.
Até serei mais ousado e falarei em nome de parte (boa parte ou grande parte) da torcida atleticana. Aqui ninguém mais é besta, e não há como acreditar tão facilmente que as mudanças surtirão efeitos assim, logo de cara. Há muito trabalho a ser feito, muita palavra a ser cumprida. Em programa de televisão, o nosso presidente prometeu, mais uma vez, que dias melhores virão.
Virão mesmo? Só acredito vendo.
Não cansei e jamais cansarei do Atlético, mas cansei de acreditar em discursos baratos e promessas fáceis. Não dá mais. Assim como não dá mais pra engolir a história da manutenção de Ocimar Bolicenho, agora ao lado do competente e importante Valmor Zimmerman.
Valmor comandará de fato o departamento de futebol do Atlético? Terá autonomia e voz ativa para definir boas contratações? Não terá interferência política ou interesses acima do Atlético? Só vendo, só acredito vendo.
Algumas coisa tornaram-se muito evidentes no Atlético. Chover no molhado, teclar sempre sobre as mesmas coisas, cobrar reforços, exigir que o time conquiste ao menos o ridículo torneio regional, avisar que a Copa do Brasil é um caminho importante, mas é preciso que seja encarado com qualidade e inteligência... E ao final de tudo isso, perceber que a diretoria não deu a mínima para a voz do torcedor. Uma diretoria que só fala, fala, fala... E falar até papagaio fala!
Quando tudo poderia ter sido realizado com sabedoria e quando o planejamento poderia ter sido feito com calma, perdeu-se, mais um ano, a oportunidade de finalmente dar a cara de um clube grande a um país que nos ignora. Falta de nos ouvir, só pra variar.
Investimento em chuteira. Até hoje, investimento em apenas dois pares de chuteira: Bruno Mineiro e Branquinho. Pouco para um clube dirigido por pessoas que prometeram conquistas, títulos e o escambau. Investiremos mais em chuteiras? Temos a palavra, mas eu só acredito vendo.
O mais impressionante é que agora estamos aí, correndo atrás dos prejuízos e de pontos importantes em um campeonato que a diretoria “ainda” não aprendeu que pontos no início do brasilerão são essenciais para a reta final, especialmente ao torcedor que passou a se acostumar com finais agonizantes. Parece que não aprendem mesmo a lição, e teimam em dizer que “estamos apenas no começo”. Haja saco! A questão de sair por aí abordando uma série de treinadores e atirando para todos os lados, mostra o desespero, o despreparo e o amadorismo que tomou conta do clube.
Não pensem que eu vou elogiar a diretoria e tirar o chapéu pela vinda de Carpegiani e a estreia de Maikon Leite. Eu acredito apenas em resultados. Enquanto eles não existirem, continuarei lutando pelo Atlético, mas ainda cansado de promessas, discursos e brigas políticas.
O Atlético será outro a partir de hoje?
Não sei. Sou feito São Tomé, preciso ver pra crer.
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