Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Quem viver, verá!

01/06/2010


Não sei quem será nosso próximo adversário fora de casa, pois se serviu de alguma coisa essa direção se mostrar desinteressada, desmotivada e pouco atuante, foi me fazer liberto ao menos em parte do Atlético de hoje, que com certeza não é o meu Atlético. A se manter a regularidade podemos perder (e reitero, nem vi contra quem será) de 5, já que diante do Corinthians foi 2 X 1, para o Galo 3 X 1 e Inter 4 X1.

Pior que viver um pesadelo no presente é não ter perspectiva alguma no futuro. Futuro aliás que foi traçado em dezembro de 2008, quando os sócios escolheram a continuidade do tal projeto votando na chapa encabeçada por Marcos Malucelli então diretor de futebol do ex-Presidente Petráglia, que chegando a admitir que cair para a segundona não seria nenhuma desgraça, saltou do barco e deixou o pepino para Malucelli descascar. Com a vinda de alguns bons jogadores, a volta de Geninho, o pacto com a torcida e a volta do “bicho molhado”, escapamos pela boa mas com grandes desafios pela frente.

Desafios que a atual diretoria não soube como administrar.

Não bastou termos passado sufoco durante todo o nacional de 2009 para admitirem que era passada a hora de um ampla reformulação no departamento de futebol atleticano. Atendemos a uma estranha reformulação nos desfazendo dos poucos bons jogadores e insistindo com laranja que não dá mais suco. Empatamos com o rebaixado Toledo e sofremos uma derrota de virada em casa para o semi amador Operário e nem isso serviu de alerta. Após termos sido humilhados pelo coxa dentro de casa como não via desde a época de Carlos Alberto Dias, Serginho, Tostão e Chicão e burramente vermos a direção colocar na conta de Antonio Lopes a fatura, continuamos insistindo com esse time.

Pior! Não bastou perdemos o título estadual para o rival sem estádio, com uma torcida que mostrou abandonar o barco na dificuldade, endividado mas com um Marcos Aurélio em grande fase e com um volante como não temos há tempos como Leandro Donizete e nem ser eliminado por um fraco Palmeiras, 11º colocado em seu estadual e em crise para nos reforçarmos de verdade. Trazer por trazer já fizemos e vimos o resultado, reforço de verdade este ano só Bruno Mineiro e Branquinho, ambos vindos já com os campeonatos em andamento.

Os erros são muitos e repetidos. Além da urgente contratação de reforços, precisamos, como muito bem apontado pelo advogado Domingos Moro em seu comentário pós-jogo na CBN, nos desfazer de alguns maus jogadores, alguns maus atletas, alguns maus profissionais. Sob o risco de termos que jogar com jogadores sem a mínima qualificação para uma primeira divisão nacional, temos que enxugar o elenco, diminuir a folha e trazer gente com qualidade. Mais uma vez o tal barato sai caro, por absoluta incompetência e falta de planejamento do futebol atleticano.

Tenho medo de no futuro estar com meu sobrinho no colo lhe mostrando fotos, faixas, matérias de jornal de um tempo em que éramos temidos, respeitados e como time de futebol, lutávamos por títulos de futebol e não uma coisa que comemora top of mind, pesquisa de opinião e balanço no azul. Tenho medo que ele só saiba que o Atlético é grande no meu coração e que imagine que todas as histórias lindas que vivi sejam somente lendas de um velho tio que quer impressionar o sobrinho e não a verdade dos fatos.

POST SCRIPTUM

Com seis meses de atraso o Atlético vai tentar começar o ano. Não bastou fazer o Brasileiro 2009 que fizemos, não bastaram os péssimos jogos e a perda do título estadual, não bastou a eliminação da Copa do Brasil. Tivemos que perder mais até sermos humilhados.

Chega Carpeggiani, experiente, rodado, tarimbado e por isso mesmo colocando banca e impondo respeito à boleirada que não parecia fazer o mesmo o Leandro. Bom treinador e que ao menos deve dar um rumo ao perdido elenco atleticano.

Mas de nada adianta vir quem quer que venha dirigir um time extremamente frágil tecnicamente como este. Sem três ou quatro reforços, e não apostas e promessas e para ontem, é como dar a cozinha do restaurante popular da Rui Barbosa para o chef Ferran Adriá e querer que com aqueles ingredientes ele produza iguarias de encher os olhos e dar água na boca. Ele pode sim dar um toque pessoal e melhorar a trivial comida do local, mas fazer algo de sucesso é impossível. I-M-P-O-S-S-Í-V-E-L !

ARREMATE

“Quem guarda o que não precisa ... tem lixo de bobeira!” - adaptação de adágio popular.


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