Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

Depressão

26/05/2010


Está aí uma palavra que eu não gosto nem de pronunciar, no entanto, é necessário reconhecer que os últimos acontecimentos tem comprometido significativamente a saúde mental do torcedor atleticano.

Perda de energia, humor deprimido, dificuldade de concentração, alterações do apetite, insônia, lentificação das atividades físicas e mentais, sentimento de pesar e fracasso. Certamente podemos contabilizar pelo menos uns três desses sintomas!

Vida louca, no fio da navalha, fugindo desesperadamente do “bicho de sete cabeças” e correndo atrás da auto-estima um tanto quanto perdida. Mas o pior de tudo é que essa condição tornou-se crônica, afinal a desordem mental tem sido recidiva e temos tido surtos todos os anos.

Mesmo assim é tão difícil admitirmos que estamos doentes!

Não sei se eu estava delirando, mas domingo vi um time transtornado e com forte ideação suicida. E deu no que deu: uma derrota anunciada e o torcedor rubro-negro deprimido mais uma vez.

A bem da verdade, talvez depressão nem seja a expressão adequada, visto que nem só desse quadro de melancolia persistente vive um atleticano. Estamos tristes, fragilizados, em surto, porém, passivos e inoperantes jamais!

Cada um lutando a sua maneira, esbravejando no twitter, gritando nas arquibancadas, orando, mantendo-se sócio, enfim, tentando fazer a diferença. Somos loucos, obcecados e até mesmo psicóticos quando o assunto é paixão pelo Clube Atlético Paranaense.

Hoje, somos feras feridas, bipolares, com manias de perseguição, alternando estados depressivos com outros períodos de pura alucinação, mas não nos deixaremos colocar numa camisa de força e muito menos permaneceremos de braços cruzados, porque existe um antídoto.

A doença pode parecer grave, mas felizmente é reversível e pode ser totalmente curada, desde que o tratamento seja o mais célere possível. Precisamos de novos remédios, que aliados a alguns que já deram bom resultado, possam finalmente devolver a sanidade ao atleticano.

Amanhã terá jogo e possivelmente novidades. Então, vamos demonstrar que somos loucos pelo nosso Furacão e arrancar esses três pontos, para que finalmente possamos dar início a nossa recuperação!


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