Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Estou tranquilo

18/05/2010


O Atlético, ao maltratar sua enorme torcida com um time desqualificado e com poucas pretensões para este campeonato brasileiro de 2010, ainda não reforçou o elenco. Vamos melhorar essa frase: a diretoria do Atlético ainda não reforçou o elenco. Pronto, agora ficou melhor.

A nossa cúpula diretiva ainda aposta em Javier Pepe Toledo como a solução para o nosso ataque.

A nossa fraca defesa fica ainda pior quando Bruno Costa está em campo.

O nosso time está há mais de um mês sem o gostinho da vitória. A última foi magrinha, bem magrinha, contra o todo poderoso time do Paranavaí, pelo disputadíssimo campeonato paranaense.

Alan Bahia será o nosso eterno titular em campo, mesmo com atuações apagadas. Se estava sendo escalado apenas para bater pênaltis, deu pra ele.

Nosso lateral Márcio Azevedo está, aos poucos, se desfazendo de seu verdadeiro papel em campo, tendo seu talento e seu futebol podado dentro de campo pelo simples motivo de desorganização tática.

Leandro, o mais novo zagueiro do Atlético, não passa de apenas mais uma aposta, a qual chegou para juntar-se a tal “base boa” criada dentro do Atlético.

Alex Mineiro precisa dar a resposta ao torcedor. Jogou um pouco além do básico no último domingo, mas é pouco para um cara chamado “Alex Mineiro”.

Jogamos na retranca contra o Corinthians em São Paulo e não passamos de um empate contra o Guarani na segunda rodada. Dos seis pontos, ganhamos um. Só um. Pouco também para um clube do porte do Atlético, que possui objetivos humildes demais em qualquer torneio que participa. Objetivos desproporcionais ao tamanho da paixão de sua torcida.

Aí me vem um cara chamado Leandro Niehues, e dispara: “Eu estou tranquilo”.

Gente do céu, isso só pode ser brincadeira! Estou com as minhas noites parceladas em pelo menos cinco vezes, acordando de hora em hora, e o treinador do meu time está tranquilo? Piada, só pode ser piada. Há exatamente dois dias eu nem considerava Leandro Niehues o maior culpado, sério mesmo. Mas quando o time conseguia uma evolução no último domingo pela ala direita e o nosso treinador sacou Wagner Diniz do time para colocar o gringo, com a justificativa de que o time precisava de poder ofensivo, aí é de matar, perfurar e estrangular qualquer esperança de torcedor.

Dizer que está “tranquilo” só pode ser uma grande sacanagem. Brincadeira de mau gosto. Piada sem graça. Desrespeito ao torcedor. Pura palhaçada!

Quem muito justifica, nada explica. Se Leandro tivesse realmente peito e dignidade, pediria demissão. Hoje mesmo, sem esperar nem mais um dia. Eu, se tivesse sequer uma suspeita de estar sendo “usado”, pularia fora do barco. É vergonhoso, humilhante e no mínimo deprimente.

Mas Niehues não carrega o fardo da culpa sozinho. Antes dele está um batalhão de comando que escala o time, que utiliza a ironia nas entrevistas coletivas com sorrisos de canto de boca e que irrita e revolta, cada dia mais, o torcedor.

Uma boa dica ao nosso presidente, Sr. Marcos Malucelli, é limpar o departamento de futebol do Atlético o quanto antes, mesmo que isso nos custe duas, três ou quatro rodadas. Ocimar Bolicenho já está trabahando sem clima no clube. Definitivamente não há mais “ambiente” para o trabalho de Bolicenho.

Para ser dirigente do Atlético é preciso ter peito, ter coragem e sangue de atleticano. Para o bem do Atlético, precisamos de uma atitude revolucionária de Marcos Malucelli. Antes que seja tarde demais.

A não ser que ele também esteja tranquilo.


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