Daniel Machado

Daniel Lopes Machado, 46 anos, é empresário e consultor em sistemas de informação. Considera os versos da sexta estrofe do hino atleticano, escritos por um ex-jogador, imortalizado em uma espontânea demonstração de amor ao clube, a mais bela poesia de todos os tempos: "A tradição, vigor sem jaça... Nos legou o sangue forte... Rubro-negro é quem tem raça... E não teme a própria morte!" Foi colunista da Furacao.com entre 2008 e 2010.

 

 

Meu país é rubro-negro

14/05/2010


Enfim chegarão ao CT do Caju jogadores consagrados: Luís Fabiano, Robinho, Kaká, Maicon, Daniel Alves, Lúcio, Júlio César e os outros brucutus do Dunga.

Ninguém sai e ninguém entra. Com exceção do time atleticano, que sai e depois não entra.

O charme da Copa do Mundo se perdeu. Já era. Não me animo mais, nem o álbum de figurinhas eu comprei, nem a mofada camisa canarinho usarei.

Só o Brasil é penta, só o Brasil pode ser hexa, o Brasil é o favorito, o Brasil é o Brasil. Na dúvida, é pênalti para o Brasil. Muito chato.

Enquanto isso, o Atlético brigará feito louco para permanecer na primeira divisão. O Atlético é o azarão, o Atlético joga no esquema pega-ratão, o Atlético é roubado na mão grande pelo juizão. Isso sim que é emoção.

Se o Brasil conquistar a Copa, bacana. Parabéns. Mas, por favor, não me convidem para festejar na Batel. Acho mais legal uma goleada sobre o Serrano de Prudentópolis.

Se o Brasil não conquistar a Copa, pena. Mas não sentirei ódio mortal do Thierry Henry. Azar dele, ou sorte dele, tanto faz. Meu humor estará intacto. Fico mais deprimido com um empate diante do Nacional de Rolândia.

Meu país é rubro-negro, e eu não dou a mínima para esse campeonatinho da FIFA.

Um mês sem ir à Arena da Baixada será triste demais. Pois ir à Arena da Baixada é como beber um uísque no fim da festa, ou como ouvir a um bom tango. A gente se apega à melancolia.

Aliás, não sei o que é pior: um mês longe do meu Atlético, ou um mês assistindo ao meu Atlético.

Restam as poucas rodadas do Campeonato Brasileiro até a pausa de um mês. Que o Branquinho clareie a escuridão. Sofrerei pelo Furacão como se fosse Copa do Mundo.


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