Paulo Perussolo

Paulo Roberto Perussolo, 36 anos, é estudante de Direito. Seguindo a tradição da família, acompanha o Furacão desde a infância, tornando-se cada vez mais fanático. Considera o Atlético mais do que um clube de futebol, um dos grandes amores de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2010 e 2011.

 

 

A inoperância e a operação

10/05/2010


Estive em São Paulo para acompanhar a estreia do Atlético no Brasileiro e não gostei do que vi. Se o sistema defensivo se superou e teve boa participação, do meio pra frente foi pura desorganização. Marcelo de Lima Henrique foi o décimo segundo jogador do time sem ter nada do ano.

Analisando individualmente os jogadores com função ofensiva, inicio por Alan Bahia, um jogador nulo em campo. Se suas atribuições são auxiliar na marcação e sair pro jogo, não cumpriu nenhuma das duas. Na marcação é o famoso “cerca-cerca”, não dá o bote; no ataque erra passes demais e não impõe velocidade na saída de bola.

Paulo Baier não tem sido o maestro de outrora. Ainda que sobrecarregado na armação e sem atacantes de qualidade para participar das jogadas, o veterano caiu de produção. Para piorar, Baier anda irritado em campo, cometendo infantilidades. Se o jogo estava difícil, o capitão atleticano tratou de complicar ainda mais ao ser expulso.

Nosso ataque foi uma piada de mau gosto com o torcedor. Marcelo não joga bem desde que os “problemas pessoais” apareceram em sua vida, enquanto que o argentino Pepe não corresponde desde que seu vizinho Bruno Mineiro se lesionou. Confesso que o gringo quase me enganou, mas parece ser realmente fraco para jogar no Furacão.

Completando os destaques negativos, o juizão, em pleno dia das mães, não colaborou com a sua. No estádio fiquei em dúvida nos lances capitais, principalmente no pênalti, já que a visão não era favorável. Ainda não tive a oportunidade de acompanhar os lances na televisão, mas confio nos amigos atleticanos com quem conversei no pós-jogo: fomos operados! No mínimo o árbitro pensou que fosse pra ele a faixa na torcida do Corinthians (“O Brasileiro é obrigação”) e tratou de atender as exigências dos torcedores.

Apesar da derrota, nem tudo foi ruim na partida de ontem. Como ponto positivo gostaria de destacar o bom desempenho da defesa, que fez o máximo para evitar a derrota, mesmo com dois jogadores a menos. O zagueiro Leandro estreou bem, seguro na marcação, fez poucas faltas e desarmou várias vezes o ataque adversário. Vale ressaltar também a ótima movimentação de Wagner Diniz. Não só pelo gol, mas por ter buscado o ataque incansavelmente e com qualidade técnica muito superior aos jogadores que atuaram na posição nos últimos anos, o ala nos dá a esperança de solução para o setor.

Sem Baier, sem Neto, sem reposição e sem reforços, prosseguimos a caminhada para fugir do rebaixamento no próximo domingo, contra o Guarani, no Caldeirão (que mais uma vez precisa fazer a diferença).


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