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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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A culpa é da torcida
04/05/2010
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Torcida do Atlético. Danada de exigente.
Torcida que vai ao estádio e que exige time, cobra reforços. Torcida que vira sócia, que acredita no clube, e acredita, acima de tudo, que o bom dinheiro que vaza todo mês da conta bancária pode, de alguma forma, ajudar o clube do coração. Ô torcida guerreira, a que paga, a que contribui e que também não contribui. Atleticano é atleticano, seja na Baixada, no radinho de pilha ou na telinha. Torcedor do Atlético, esteja perto ou distante, é um bicho chato, teimoso e persistente. E bota persistência nisso... ô.
Agora vamos para as partes engraçadas. Engraçado, porque às vezes a gente ri pra não chorar.
Engraçado é que o torcedor atleticano, teimoso e corneteiro, está há pelo menos quatro anos cantando a pedra. Sabe o que é cantar a pedra? É quando você tem certeza que a pedrinha do bingo vai ser cuspida do globo com o número 15 e.... batata, deu 15. Na cabeça. Anos de 2006, 2007, 2008 e 2009 e lá no início da cada um destes anos o atleticano já sabia em que etapa da correnteza a canoa iria furar. Incrível, quinze na cabeça!
Incrivelmente a história se repete. Mudam personagens, coadjuvantes e diretores, mas o cenário e o público permanecem os mesmos. Fantástico. Filmes que parecem que “dessa vez” terá um final feliz, mas que nada. Passam os dias, as semanas, e lá vem o desmanche, as mesmas justificativas, as mesmas desculpas esfarrapadas e lá vai o torcedor, levando porrada e sabendo que no final dá tudo errado. Eta torcedor esperto, mais parece um vidente.
Que saco esse torcedor! Aliás, não fosse esse chato as coisas seriam tão mais fáceis, não? Ô raça danada de teimosa, persistente e exigente.
Uma coisa pra lá de engraçada é que o torcedor cansou, mas cansou mesmo de dizer que Raul não servia na lateral direita e.... vai jogo, vem jogo, tá lá o Raul. Todo faceiro com a camisa 2 no peito. E o torcedor puto da vida, sabendo que a bola passaria por ali, e ali mesmo morreria, como se furasse no pé do Raul. Mas quando o último jogo do campeonato paranaense terminou, finalmente a diretoria chegou a magnífica conclusão que Raul deveria ser dispensado.... Ohhhh! Que diretoria competente!
Aliás, outra coisa engraçada. Como nosso diretor de futebol demora pra enxergar as coisas. Mas também, como vai enxergar? No mínimo é preciso assistir um treino. No mínimo. Serna então foi algo hilário. Qualquer torcedor atleticano, desses aí, chatos e corneteiros, conseguia perceber que Serna não daria certo. Ah, mas o nosso departamento de futebol, o competente departamento de futebol, insistiu com os reforços Serna e Vanegas. O nosso visionário departamento de futebol acreditou em mais. Acreditou em Patrick, Kaio e Gerônimo. E o duro é que essa turma de visionários vai continuar acreditando em Bruno Costa, Jean, Marcelo, etc, etc, etc.
Culpa de quem? Do torcedor. Torcedor que é chato e não dá folga aos atletas. Torcedor que exige que, pelo menos, o jogador não tenha medo de cair de bunda e sujar o calção do lindo uniforme novo, branquinho e perfumado. Culpa do torcedor, que na mesma linha de Antonio Lopes, sempre clama por reforços e que avisa, desde já, que este ano vai ser dose, outra vez! O que era mais fácil? Dispensar o Lopes. O torcedor? Esse aí vamos engolindo, tentando enfiar goela abaixo que Leandro Niehues é a solução.
Ô torcida pra lá de exigente, que só quer título e vitórias. Pior, torcida que pensa que o time precisa de reforços no elenco, e que não quer acreditar no bom trabalho da diretoria, presidentes e conselheiros. Torcida que ainda duvida do trabalho de um paranista em nosso comando do futebol. De fato, a culpa é da torcida.
Vem aí o brasileirão. Haja coração!
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