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Ricardo Campelo
Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma famÃlia inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.
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Competitividade
03/05/2010
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Não posso começar a escrever sem deixar de citar o brilhante texto do Professor Marçal Justen Filho, publicado na semana passada no ‘Fala Atleticano’. A coluna tem precisão cirúrgica, ao demonstrar o difÃcil cenário em que o Atlético se encontra. Apenas tendo consciência desta situação é que podemos buscar maneiras de voltar a ter um papel protagonista no futebol brasileiro.
Há outros pontos que entendo que devem ser analisados. O primeiro é a falta de um retorno perene de todo o investimento que foi já feito no Atlético. Quando, em meados dos anos 1990, o clube auferiu milhões com a venda de jogadores, a decisão – acertada - foi de não torrar o dinheiro, e sim investi-lo em infra-estrutura, o que traria mais resultados no longo prazo. A partir daÃ, vimos a construção do Centro de Treinamentos e da nova Baixada.
Nos anos seguintes, tivemos um resultado excepcional em 2001, com o tÃtulo nacional, e mostramos competitividade em 2004 e 2005, infelizmente sem a conquista de tÃtulos. Se o bom rendimento mostrado nestes anos é decorrência direta dos investimentos feitos, pode-se até questionar (na minha opinião, a relação é plena). O fato inquestionável é que há cinco anos o Atlético não tem conseguido tirar proveito dos investimentos feitos no passado. A estrutura construÃda não tem servido sequer para brigarmos na parte intermediária da tabela em âmbito nacional. Houve então alguma falha no planejamento de longo prazo? O que falta para que nossa estrutura seja, de fato, um diferencial?
Outro ponto a ser observado é que o Atlético não tem conseguido sequer superar os clubes de posição similar ou mesmo menor que a sua. Tome-se como exemplo o Goiás. O clube goiano não tem a quantidade de sócios que o Atlético tem, não recebe mais da TV, não tem um CT estruturado como o nosso, não tem sequer um estádio próprio e nem mesmo tem uma torcida numerosa e incentivadora como a do Atlético. Ainda assim, o Goiás tem sucessivamente superado o Atlético na tabela do Brasileirão.
Outro exemplo é o Coritiba, especificamente neste primeiro semestre de 2010. O clube fora rebaixado à segunda divisão, está endividado e também não tem a renda oriunda de sócios que o Atlético tem. Mesmo assim, montou um time nitidamente superior ao nosso, faturando com méritos e sobras o campeonato estadual.
Meu entendimento é no sentido de que o Atlético tem obrigação de, ao menos, superar estes clubes com potencial competitivo igual ou menor ao seu. Não há motivos para não fazê-lo. E enquanto não alcançarmos este objetivo, ficará difÃcil sonhar com o dia em que voltaremos a brigar por tÃtulos ou mesmo que nos livremos da recorrente briga para fugir do rebaixamento.
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